sábado, 27 de dezembro de 2014

Depois destas 10 dicas, nunca mais perderá um email na sua vida


O Observador fez uma lista com 10 sugestões que deve utilizar para encontrar qualquer email na sua caixa de entrada. Talvez assim possa começar o ano a economizar tempo e a aumentar a produtividade.
Conheça 10 comandos que vão ajudar-te a economizar tempo e aumentar a sua produtividade no Gmail.
AFP/Getty Images
Quem nunca perdeu tempo para encontrar um email? Navegar entre diferentes páginas em mensagens enviadas por diferentes destinatários e em diversas datas pode ser uma experiência frustrante, sobretudo quando há pouco tempo disponível ou se procuramos um ficheiro ou uma mensagem fundamental para a realização de alguma atividade.
Por isso, o Observador fez uma lista com 10 atalhos que deve utilizar a partir de agora no seu Gmail para encontrar qualquer mensagem na sua caixa de entrada. Estes comandos executam ações especiais de forma rápida e precisa para refinar a sua pesquisa, a partir de diferentes parâmetros. Mesmo que alguns deles apareçam ao clicar na pequena seta localizada na barra de pesquisa, é importante conhecê-los caso queira fazer pesquisas no seu Gmail de maneira intuitiva, como se estivesse a usar o Google. Napágina de suporte do Gmail, é possível ver todos os operadores, mas listamos os principais a seguir.
from:
to:
from
Estes são os comandos mais simples. Enquanto o from:pesquisa emails de um remetente especificado a seguir, o to:faz o mesmo para o destinatário. Em ambos os casos, não é necessário escrever o endereço completo, sendo possível usar apenas o nome e/ou o apelido da pessoa. No entanto, quanto mais específico for o termo de busca posterior ao from/to, mais preciso será o resultado.
subject:
subject
Não lembra quem convocou uma reunião na sua empresa? Escreva na barra de pesquisa subject: reunião para ver todas as mensagens que contenham a palavra reunião na linha do assunto. Mas atenção: o comando subject: buscará apenas os email que tiverem no título a palavra em questão e não incluíra na pesquisa as mensagens em que a palavra aparece no corpo do email.
” ”
aspas
E se quisermos saber em qual email está a mensagem “reunião e almoço”? Utilize as aspas ” “ para buscar uma expressão exata no texto de todos os seus emails recebidos. A busca não inclui a linha de assunto da mensagem.
OR
-
OR
Estes operadores servem para pesquisar mensagens baseadas em duas regras. Com o comando OR, pesquisamos emails que correspondam ao termo A ou ao termo B. Emfrom:diogo OR from:david, por exemplo, aparecem apenas as mensagens de Diogo ou de David. Já o hífen permite excluir mensagens da sua pesquisa. Se escrevermos,from:diogo OR from:david -reunião, o resultado vai incluir as mensagens de Diogo ou de David que não contenham o termo “reunião”. No caso do hífen, é importante que o termo apareça junto ao símbolo, uma vez que – reunião não resultará, sendo necessário escrever -reunião.
label
label
Os marcadores são usados pelo Gmail para organizar as mensagens em categorias como trabalho, família, tarefas, ler mais tarde, piadas, receitas, entre outras. Eles aparecem antes do título do email e podem ser automáticos ou costumizáveis. Para pesquisar mensagens de algum marcador específico, basta utilizar o comando label:. Exemplo: from:diogo label:traballho buscará apenas emails de Diogo que têm o marcador “trabalho”. Mensagens deste remetente que possuam outros marcadores não serão incluídas nos resultados da pesquisa.
has:attachment
filename:
attachment
E se quiser buscar um ficheiro pdf ou uma imagem enviados por anexo por algum contacto, mas não sabe quando o email foi enviado? Escreva has:attachment na barra de pesquisa. Em from:diogo has:attachment, aparecerão todas as mensagens de Diogo que contenham anexos. Se quiser ser mais específico, o comando filename: pesquisa um anexo por nome ou tipo. Exemplo:filename:contasdezembro.xls buscará pelos emails com o ficheiro em anexo de nome “contasdezembro”. Já emlabel:trabalho filename:pdf  mensagens marcadas como “trabalho” que também têm um arquivo pdf anexado serão mostradas. Não esqueça de que não deve dar espaço entre a expressão filename: e o nome ou tipo do ficheiro.
in:
in
Para pesquisar mensagens em lugares específicos da sua conta de email, utilize a expressão in: . É o caso dein:inbox, in:trash e in:spam, que pesquisar mensagens nas secções Entrada, Lixeira ou Spam, respetivamente. Para pesquisar em qualquer lugar no Gmail utilizein:anywhere. Esta distinção acontece porque por defeito as mensagens das secções Spam e Lixeira são excluídas das pesquisas.
is:
is
Para pesquisar mensagens marcadas com uma estrela ou não lidas, o comando is: é a solução. Em is:starred o utilizador pesquisa apenas mensagens marcadas com uma estrela, enquanto is:unread busca emails não lidos. É possível combinar as duas expressões, como em is:read is:starred from:Diogo, que buscará mensagens já lidas, com um estrela e que foram enviadas por Diogo.
is:chat
chat
Há um caso especial do comando is:, que é a expressãois:chat. Ele não faz buscas na mensagens recebidas por email e sim pesquisa mensagens enviadas unicamente através do chat do Gmail. Em is:chat jantar qualquer mensagem enviada por qualquer contacto que contenha a palavra “jantar” será listada.
after:
before:
older:
newer:
after_before
Um dos comandos mais importantes e menos conhecidos da barra de pesquisa do Gmail é a possibilidade de pesquisar mensagens pela data. Com after: , before: ., older: enewer: , a pesquisa será feita em mensagens enviadas ou recebidas durante um determinado período de tempo anterior ou posterior a alguma data específica. Exemplo: after:2014/04/16 before:2014/04/18 pesquisará mensagens enviadas entre 16 e 18 de abril de 2014. Também é possível utilizar apenas uma das expressões, como em after: 2014/12/24, que procurará quaisquer emails enviados após o dia 24 de dezembro de 2014. Mas atenção: as datas devem estar no formato aaaa/mm/dd
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sábado, 6 de dezembro de 2014

7 verdadeiros presentes de Natal que os pais podem dar a seus filhos

7 verdadeiros presentes de Natal que os pais podem dar a seus filhos

Padrão
criancas-natal-cantar
A experiência de ter filhos talvez seja uma das mais ricas da humanidade. É através das crianças que perpetua-se o legado da humanidade tanto no sentido cultural como no que se refere a própria sobrevivência da espécie.
A sociedade consumista em que vivemos relaciona cada vez mais  o amor que os pais podem ter pelos seus filhos, aos bens materiais que eles proporcionam. Hoje as crianças tem interesse e seus “sonhos de consumo” estão muitas vezes relacionados a objetivos tecnológicos e que são REALMENTE caros.
Entretanto, a real felicidade de uma criança passa a anos luz dessas compras e, no final das contas, o que realmente importa para elas é ter a presença de quem elas amam: uma presença de qualidade.
Abaixo alguns exemplos de VERDADEIROS PRESENTES DE NATAL que os pais podem dar aos filhos:

1. Tempo.

Um estudo publicado em childwelfare.gov descobriu que “Desde o nascimento, as crianças que têm um pai envolvido com suas vidas, são mais propensas a ser emocionalmente seguras, ser confiantes para explorar os arredores, e, à medida que crescem, têm conexões sociais melhores com seus colegas. Essas crianças também são menos propensas a ter problemas em casa, na escola ou na vizinhança.” Ter os pais envolvido é um melhor indicador social de sucesso futuro do que ter dinheiro ou status social. Isso diz o suficiente. (fonte)

2. Rotina.

Uma rotina estruturada, onde seja acompanhada uma seqüência organizada de atividades, em que se separa um tempo pré-determinado é de extrema importância na vida de uma criança, pois é
através dela que se cria vínculos afetivos, garante saúde e educa para a vida. Muitos relacionam rotina com mesmice, falta de opção e pasmaceira, mas no dia-a-dia com crianças, o papo é outro. É
necessária, concordam vários especialistas. “É importante para o desenvolvimento emocional da criança, ela se organiza internamente”, explica a psicóloga Maria Cristina Gomes. “Sem rotina, os
filhos podem se transformar numa grande encrenca”, diz o pediatra Glaucio de Abreu. “Ficam irritadiços, inconvenientes e chatos. Em geral, não dormem nem comem direito, o que pode levar a
problemas e saúde, como desnutrição e obesidade”. Mais tarde, segundo o médico, essa criança não produzirá bem na escola, ou será um jovem com excesso de atividades, mais exposto ao estresse,
porque não aprendeu a coordenar e administrar a vida, ou seja, toda criança adora manter uma rotina estruturada, pois representa segurança.
A rotina não deve ser vista como sendo rígida e estática. Ela deverá sim ter uma espinha dorsal, mas com mobilidade, quando necessário. (fonte)

3. Um animal de estimação

Animais de estimação podem ensinar responsabilidade e compaixão às crianças. Crianças que possuem animais são significativamente mais empáticas e pró-sociais.
Animais de estimação podem também proporcionar uma sensação de segurança e reduzir a ansiedade. Por estas razões, os animais são muitas vezes utilizados em terapias com crianças.

4. Um instrumento

Tocar um instrumento musical tem inúmeros benefícios para as crianças, que vão desde melhorar a memória e habilidades matemáticas até a criatividade, autoexpressão e alívio do estresse. Se o seu filho participar de uma banda ou orquestra isso pode melhorar suas habilidades sociais e ampliar seu grupo de amigos. Alguns músicos iniciantes até mesmo seguem carreiras musicais.

5. Memórias

Só tem memórias quem vive e compartilha momentos e, acredite em mim, essas memórias não estão relacionadas ao valor gasto na ocasião. Os momentos mais feliz lembrados por um adulto podem ser as lembranças da manhã em que o pai lhe servia o leite pela manhã, ou quando a mãe oferecia o colo após uma dificuldade.  Não se engane quanto a isso, examine suas próprias memórias e você saberá que, mesmo que um presente caro seja muito atraente, não é ele que fornecerá a verdadeira mensagem que você quer transmitir. Para uma criança, desde que esteja com os pais, dentro de 20 anos, estar em uma praça local, na casa dos avós ou em uma passeio de milhares de reais pela Disney não será tão diferente quanto pode parecer hoje.

6.Limites

Ah, como os pais sofrem para dar esse presente aos filhos (sofrem mais que os filhos). Lembrem-se que são os limites que ensinarão a seus filhos como viver, até que ponto ir para não colocar a vida em risco ou mesmo que, mesmo para o prazer, existe um ponto que deve ser respeitado antes que a pessoa se perca. Bons pais entendem que os limites serão os grandes alicerces que darão rumo na estruturação de uma personalidade saudável e em um adulto com capacidade de olhar a vida em perspectivas. Adultos maduros e que sabem ser mais tolerantes frente às adversidades da vida, certamente, aprenderam como lidar melhor com os limites.

7. Exemplos

Na função de pai ou de mãe, você sempre estará ensinando, embora não se dê conta. Ser honesto, paciente, tolerante, humilde, solidário, cuidadoso? Se você passar a sua vida olhando para além de seus próprios problemas, tenha certeza que seus filhos perceberão. Não tenha dúvidas, os filhos, na maioria das vezes, seguirão seu exemplo e esses exemplos serão o MAIOR e mais VALIOSO presente que qualquer pais ou mãe poderá dar para um filho.
E, é claro, se você puder gastar um pouco mais nesses contextos, é um mérito seu e isso dará mais conforto a todos. Só não inverta as prioridades!!!

Josie Conti

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

história o casaco

domingo, 30 de novembro de 2014

Andar aos dias: Infância(s) e contexto(s)

Andar aos dias: Infância(s) e contexto(s): Mais um sábado pedagógico. Obrigada às oradoras, Adelaide e Esmeralda por tão bem retratarem o seu oficio e nos oferecerem relatos de práti...

Para que serve o jardim de infância?

“Quem não sabe brincar, não sabe pensar”, defende o psicólogo 
Eduardo Sá, para quem devia ser “obrigatório” brincar todos os dias.
 As declarações, em entrevista Pais&filhos/TSF a propósito do seu
 último livro “Hoje Não Vou à Escola!”, surgem a propósito da “utilidade” 
do jardim-de-infância, um espaço que, diz, deveria servir sobretudo para 
praticar educação física, desenhar, brincar… e contar histórias. Porque
 “quanto mais transformamos a realidade numa história, mais 
matizamos o pensamento de afeto”.

sábado, 29 de novembro de 2014

“A escola que conhecemos vai desaparecer”

“A escola que conhecemos vai desaparecer”

Daniel dos Santos

António Nóvoa, doutor em ciências da educação pela Universidade de Genebra, diz que o velho prédio escolar será substituído por uma instituição que vai muito além da sala de aula

Antonio Novoa
Olhe bem para a escola que você conhece. Ela vai desaparecer. E não é algo para um futuro distante. Os educadores atuais serão responsáveis por esse processo de transição. É o que acredita António Nóvoa, doutor em ciências da educação pela Universidade de Genebra e doutor em história pela Universidade de Paris. Durante sua palestra na Educar Educador, que teve como tema “A construção coletiva do projeto educativo na escola” ele afirmou que “debaixo dos nossos olhos e perante uma certa indiferença da nossa parte, estão acontecendo três revoluções”.
Segundo ele, a primeira delas é a revolução na aprendizagem, que será impulsionada pela tecnologia. “Não se trata de transformar a revolução digital em uma coisa mágica, que vai resolver todos os nossos problemas. É uma mudança histórica de grande significado. Ela está mudando a nossa maneira de sentir, o nosso modo de viver e nossa maneira de aprender”, explicou.
De acordo com Nóvoa, a tecnologia tem potencial para colocar nas mãos dos professores as ferramentas com as quais ele tem sonhado nos últimos anos. “A ironia é que nós pedagogos e educadores humanistas, que sempre fomos céticos em relação a tecnologia, vemos que ela pode finalmente colocar em nossas mãos as ferramentas necessárias parar concretizar o nosso ideário pedagógico”, afirma ele, referindo-se a questões como a individualização do ensino, diferenciação pedagógica e autonomia dos educandos, entre outras.
A segunda revolução está relacionada à sala de aula. A mudança nos ambientes de aprendizagem está transformando a estrutura da escola e acentuando as dinâmicas de interação, de partilha e de construção coletiva de um projeto educativo. Segundo ele, o modelo atualmente utilizado na grande maioria das salas de aula, com professor que transmite para os alunos a informação em uma via de mão única foi criado em 1867 e não atende mais as nossas necessidades. “Nunca pensamos a escola como um espaço integrado, ele está mais para uma soma de salas de aula”, destaca.
Em sua opinião, veremos nos próximos anos uma multiplicação de espaços de compartilhamento do conhecimento, com professores trabalhando em conjunto para produzir um projeto escolar muito diferente atual.
Finalmente, a terceira revolução está relacionada ao que ele chamou de cidade educadora. “Chegou o tempo de pensar a educação para além da escola, de compreender todas as dimensões educativas que existem na cidade, na sociedade”, explica. De acordo com o palestrante, quando o modelo atual de instituição de ensino foi criado, as escolas eram pequenos prédios no meio do nada, com pouca gente nas cidades.
“A escola vivia num deserto cultural e dominado o conhecimento. Hoje, a paisagem dos nossos países mudou muito. Mas a escola continua a trabalhar como se não fizesse parte de um conjunto imenso de possibilidades educativas”, explica. “Precisamos de uma escola mais modesta, que entendam que as cidades têm um potencial educativo imenso”. Segundo ele, a escola como um prédio está com os dias contados. “Teremos uma instituição que vai além da dimensão física”, completa.

Falar igual ao bebê acelera desenvolvimento da linguagem

Estudo aponta que conversar com seu filho de forma infantilizada pode ajudar no desenvolvimento da fala e aumentar o vocabulário da criança. Entenda.

Por Pâmela Reis - atualizada em 29/01/2014 
Mãe conversa com bebê (Foto: Thinkstock)
Seu bebé nasceu e, de repente, o tom das conversas pela casa mudou. As vozes ficam mais agudas, as sílabas se alongam, as vogais se arrastam e, de repente, em meio a bicos e caretas, surge um “Quem é o neném da mamãaaaaae? Quem éeeee? Quer pa-pá, queeer?”. A cena pode ser cómica, mas não se envergonhe! Um novo estudo acaba de mostrar que falar com o bebé desse jeito exagerado pode ajudar a acelerar o desenvolvimento da linguagem da criança.
A constatação vem de uma pesquisa feita pelas universidades de Washington e de Connecticut, nos Estados Unidos. Os pesquisadores analisaram a interação entre filhos de um ano e seus pais e chegaram à conclusão de que não é a quantidade de palavras que o bebé ouve, mas sim a forma como as palavras são ditas que estimula a fala e a formação do vocabulário.
A equipe monitorou 26 bebés por quatro dias, durante oito horas diárias. As crianças usavam roupas equipadas com gravadores de áudio e os trechos de conversa gravados foram posteriormente analisados. No experimento, quanto mais os pais pronunciavam as frases de forma exagerada – algo que os pesquisadores chamam de “baby talk” –, mais o bebé
 balbuciava em resposta, um ato que precede a formação de palavras.
Mais tarde, quando as crianças completaram dois anos, os pais preencheram um questionário que media quantas palavras seus filhos conheciam. Resultado: as crianças cuja família havia usado mais “baby talk” sabiam, em média, 433 palavras; já aquelas cujos pais priorizavam a linguagem normal, evitando o “baby talk”, conheciam apenas 169 vocábulos.
“O que nossa análise mostra é que a prevalência de fala infantilizada está ligada ao melhor desenvolvimento da linguagem, tanto no presente quanto no futuro”, diz Patricia Kuhl, coautora do estudo. “Não basta falar, falar e falar com a criança. O mais importante é trabalhar a interação e o envolvimento com a linguagem”. Ela afirma que o objetivo deve ser engajar a criança na conversa e fazer com que ela balbucie em resposta. Quanto mais isso acontecer, melhor será o desenvolvimento da fala.
Sem erros
Para Carolina Ruiz, coordenadora do serviço de fonoaudiologia do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, os resultados do estudo podem estar associados à musicalidade da voz. “A audição é um sentido desenvolvido ainda dentro do útero, e sons agudos muito melódicos chamam a atenção da criança depois que ela nasce”, diz a especialista. “Quando falamos com um som infantilizado, colocamos muito mais melodia na fala, o que atrai atenção e faz com que a cognição da criança seja ativada, ajudando no desenvolvimento neurológico e, consequentemente, no desenvolvimento da fala”.
Vale ressaltar que a fala infantilizada não deve ter erros. É comum que os pais passem a pronunciar palavras erradas porque acham bonitinho o modo como o filho fala, mas isso acaba reforçando o erro e retardando o aprendizado. Por isso, mesmo dando ênfase aos sons, ao ritmo e às vogais, faça sempre a pronúncia correta das palavras.
A fonoaudióloga do Hospital Infantil Sabará, Denise Madureira confirma que falar com o bebê numa linguagem mais acessível e próxima da dele pode ser benéfico, contanto que se limite a determinada fase do desenvolvimento. “Não há problema quando a mãe tenta entrar na linguagem do bebê. Isso até fortalece o vínculo e faz com que a criança se sinta mais segura. O importante é saber quando parar”, alerta.
Segundo Denise, prolongar demais a infantilização da fala pode ter o efeito contrário e acabar atrapalhando o desenvolvimento natural. “A partir do momento em que a criança já anda, tem contato com as pessoas e consegue se socializar, ela não precisa mais desse apoio [linguístico]”, afirma. Ela aconselha que, aos poucos, os pais passem a falar normalmente, acompanhando a própria evolução do filho.
Carolina Ruiz complementa: “Depois de um ano a criança já tem audição seletiva e consegue direcionar a atenção dela para um som apenas. Com essa capacidade, ela não precisa de estímulos a mais para chamar a atenção”.
Olho no olho
Outra dica importante para ajudar no desenvolvimento linguístico dos bebês é manter o contato visual durante os diálogos. Para Carolina Ruiz, o que prende a atenção do bebê é o tom da voz, a expressão facial e a linguagem corporal. “Por isso, um dos pontos principais é falar olhando no olho da criança. Quando você fala face a face, ela tem o apoio visual da movimentação do seu lábio e isso é muito importante no desenvolvimento da linguagem”, diz a fonoaudióloga.
A mesma pesquisa americana concluiu que conversar com o bebê a sós, sem a presença de outros parentes ou crianças, é mais eficiente para o desenvolvimento da fala do que conversar em meio a um grupo grande de pessoas. Denise sugere ainda que as mães aproveitem as horas de intimidade com o filho para estimular a fala. “Pode ser na hora da alimentação, no banho, na troca da fralda, em momentos que favorecem a proximidade. Quanto mais a criança tiver esse apoio, melhor ela vai se desenvolver”.
As fonoaudiólogas dão mais duas dicas para os pais. A primeira é não deixar que a linguagem gestual ocupe o lugar da fala. Ou seja, se a criança aponta para pedir um brinquedo em vez de dizer o que quer, os pais não devem simplesmente entregar o objeto. O melhor é que digam o nome do brinquedo antes de entregá-lo, incentivando assim a criança a verbalizar suas ideias.
A segunda dica é ficar de olho na alimentação, um fator importante para o fortalecimento da musculatura facial, que terá impacto direto na fala. Denise aconselha que, a partir dos sete meses, os bebês passem a receber comidas mais consistentes de diferentes tipos, o que ajuda a desenvolver a mastigação e, consequentemente, os músculos e articulações do rosto.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014