terça-feira, 1 de julho de 2014

"Era mais importante estar nas escolas do que no Panteão"

"Era mais importante estar nas escolas do que no Panteão"

por Joana Emídio Marques
Sophia de Mello Breyner Andresen morreu em 2004 aos 84 anos
Sophia de Mello Breyner Andresen morreu em 2004 aos 84 anos
Sophia de Mello Breyner será amanhã trasladada para o Panteão Nacional. Dez anos após a sua morte a família preferia que a obra da poeta voltasse aos currículos escolares.
"Panteão, o templo de todos os deuses, transformou-se num túmulo de homens e mulheres aos quais se quer garantir a eternidade." Quem o diz é José Manuel dos Santos, diretor artístico da Fundação EDP, autor do repto de dar a Sophia de Mello Breyner honras de Panteão, no dia em que passam dez anos sobre a sua morte e no ano em que se celebram os 40 anos da revolução de Abril.
A cerimónia decorre amanhã e Sophia sairá do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional. Ela que fez do mar uma totalidade idêntica à que ela aspirava aceder com a sua poesia, poderá não ter garantida a eternidade mas terá certamente uma vista mais bela.
Em declarações ao DN, Maria Andresen, filha da poeta, mostrou-se cética em relação a esta trasladação: "Retiraram a poesia da minha mãe dos currículos escolares para lá colocarem poetas menores, considero mesmo que há uma tentativa subterrânea para a obliterarem. Ainda recentemente um poeta português foi galardoado com o prémio Rainha Sofia e não houve por parte dos media uma única referência ao facto de a minha mãe ter sido a primeira portuguesa e a primeira mulher a recebê-lo..."

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