terça-feira, 23 de setembro de 2014
A importância da expressão plástica no jardim-de-infância
O desenho, a pintura, a modelagem, a reciclagem, as dobragens, bem como, a rasgagem, recorte e colagem são técnicas de expressão plástica comuns na educação pré-escolar. Existem, ainda, outras técnicas nesta área, que dão "asas" à criatividade e imaginação e fazem as delícias dos mais novos.
A expressão artística da criança é uma linguagem convencional. No mendo plástico da criança distinguem-se as caraterísticas próprias de cada etapa de evolução.
A cada fase da criança corresponde um aspeto particular do seu mundo plástico. Assim, na fase «prefigurativa», se bem que só existam “manchas e riscos” no quadro da criança muito pequena, nem por isso deixam de ser os traços de uma determinada personalidade. Do mesmo modo, a sua evolução far-se-á a um ritmo pessoal e num sentido que lhe é próprio.
O mundo da criança abre-se-nos sempre um pouco mais quando nós educadores praticamos a educação artística. Aparece-nos em quadros sucessivos e depressa reconhecemos o estilo de cada criança.
Por sua vez, a linguagem plástica da criança é expressão afetiva antes de ser figuração! A arte infantil é, então, formada por dois elementos. Há a considerar aquela que vem da criança, do seu eu profundo, e a que vem do exterior, pela observação e pela experiência.
O educador deverá estar consciente de que, se algumas crianças chegam à educação pré-escolar com alguma experiência na utilização de materiais e instrumentos de expressão plástica, outras não tiveram igual oportunidade. É necessário, então, que o educador proporcione experiências neste domínio, permitindo que todas as crianças possam progredir a partir da situação em que se encontram.
O educador deverá ser uma pessoa inspirada e sensível como artista, mas não deverá ser um artista. A arte infantil é tão diferente da arte do adulto que nem mesmo é necessário que o educador tenha uma larga cultura artística.
O que interessa não é o «saber» do educador, mas a sua «atitude», a sua capacidade de se colocar ao alcance da criança em todas as circunstâncias. Ele inspira confiança, cria um ambiente no qual a criança toma consciência de si própria.
Além disso, o educador tem simultaneamente as funções importantíssimas de conselheiro técnico. Ele vela para que cada utensílio se encontre sempre num lugar prescrito, incutindo hábitos na criança. Torna o seu aluno atento à má disposição do pincel ou a uma má dosagem da cor, permitindo-lhe aperfeiçoar a sua técnica.
O educador está sempre presente e para todas as crianças! Estas sentem necessidade dele, como do grupo onde se integra, e do local onde a atividade se processa.
O espaço da sala, no jardim-de-infância, deverá estar organizado adequadamente e enriquecido por uma diversidade e qualidade dos materiais disponibilizados. A disposição ordenada desses materiais, a sua diversidade e acessibilidade são condições essenciais para que a criança possa realizar o que deseja.
Contudo, é importante salientar que a expressão plástica não existe como uma área isolada das restantes do quotidiano da criança. O cuidado da criança com os materiais, assim como o respeito pelo trabalho dos outros, relaciona-se com a área da formação pessoal e social.
O educador deverá, também, pôr à disposição das crianças várias cores que lhe possibilitem escolher e utilizar diferentes formas de combinação. A identificação e nomeação das cores básicas para formar outras, embora sejam aspetos a trabalhar na expressão plástica, estão ainda relacionados com a linguagem, com o domínio da matemática e a área do conhecimento do mundo.
Entenda-se, ainda, que as crianças ao explorarem materiais de expressão plástica, que ocupam um espaço bi ou tridimensional, com diferentes texturas, dimensões, volumes, cores e formas, estão igualmente a trabalhar noções ligadas ao Domínio da Matemática.
Pode-se, assim, afirmar que a expressão plástica permite à criança exprimir um leque de sentimentos, emoções, pensamentos, ideias e vivências do seu meio. Através dela a criança desenvolve competências transversais às várias áreas e descobre-se a si própria e ao mundo que a rodeia.
É dever do educador fomentar a criatividade e imaginação das crianças, guiando-as nas suas descobertas e abrindo caminho à experimentação das várias possibilidades e potencialidades que a expressão plástica tem para oferecer!
Fátima Pires Gomes
obaudoeducador
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