
FILHOS ÚNICOS
Eu só tenho um filho e agora?
Hoje escrevo num tom mais pessoal do que é habitual.
Sou mãe de um rapaz de 7 anos e não terei mais nenhum filho.
Sou irmã, por isso, conheço o contrário de ser filho único.
Socialmente pergunta-se demais e quer saber-se tudo: quando casas, com quem casas, quando tens o primeiro filho, quando tens o segundo e porque não o terceiro? Socialmente é duro lidarmos com a pressão para tudo. Para ser super mãe, super mulher, super amante, super filha, super profissional … manter a casa em ordem, enfim, são tantas as exigências que ou nos colocamos um pouco à margem, fechamos os ouvidos e fazemos o que o nosso coração e razão nos dizem ou então vivemos em permanente sofrimento.
Eu não sou mãe perfeita mas sou certamente a melhor mãe que o meu filho espera. Não lhe vou dar um irmão, o que parece criminoso hoje em dia. Respeito quem tem 2, 3, 4 filhos e espero respeito quando opto por ter 1.
Tempos houve em que os filhos “morgados” eram bons partidos. Vamos à história e encontramos imensos relatos e ainda hoje ouvimos pessoas, sobretudo mulheres, dizerem, “o meu marido era morgado, por isso, casei bem”. Os morgados eram herdeiros únicos.
Hoje, na ditadura da perfeição, não cabem os filhos únicos.
Pois eu, hoje mesmo, quero aqui afirmar que a decisão do número de filhos que se traz ao mundo cabe ao casal e apenas ao casal. Que nem sempre as decisões são controladas porque a biologia conta muito. Que os filhos únicos não estão condenados ao egoísmo selvagem nem à solidão ou a um qualquer karma. Os filhos únicos têm o mesmo futuro que os outros e o futuro é incerto para todos.
Haja amor, atenção e respeito e todos serão bons filhos se nós formos bons pais.
Sem culpas, sem ressentimentos, sem aflições.
Somos como somos e temos os filhos que temos.
Por Patrícia Ervilha
para Up To Lisbon Kids
para Up To Lisbon Kids
Imagem capa @Flema
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