Recursos digitais transformam alunos em autores
Projeto
‘E se eu fosse o autor’ usa a criatividade e a tecnologia para despertar o
interesse de crianças pela leitura
18/06/14
O que é preciso para
transformar crianças em verdadeiros autores? O projeto “E se eu fosse o
autor”, desenvolvido pela ONG Casa da Árvore, aposta na imaginação e
tecnologia para ampliar o interesse pelo universo da literatura
entre os alunos das escolas da rede municipal de Senador Canedo, na região
metropolitana de Goiânia (GO). A partir da leitura de uma obra, os estudantes
são estimulados a criarem suas próprias histórias com o uso de recursos
digitais.
“Nós tentamos aproximar a
leitura das novas tecnologias para construir processos mais participativos de
aprendizado”, explicou o educador Aluísio Cavalcante, coordenador geral do
projeto. Segundo ele, ao oferecer a oportunidade dos estudantes criarem suas
próprias histórias, é possível fazer com que eles se apropriem das obras e
aprofundem os seus conhecimentos.
Durante cada semestre, são
formadas novas turmas com alunos vindos de diferentes escolas públicas da
região. Seguindo essa proposta, duas vezes por semana eles participam de
oficinas que acontecem no Laboratório Criativo de Leitura e Tecnologia, um
espaço criando dentro da Biblioteca Municipal Arlete Tenório de Castro.
Trabalhando com o conceito de leitor-autor, após concluir a leitura de uma
obra, eles são desafiados a produzir vídeos, livros digitais e outras
linguagens mediáticas que apresentem uma releitura da história.
A escolha dos títulos a
serem trabalhados acontece com base em livros que podem oferecer uma abordagem
adequada para cada turma, levando em conta o repertório dos alunos e as suas
necessidades. Nessa lista, podem entrar desde clássicos da literatura até obras
de novos autores brasileiros. “A gente propõe a leitura de livros bastante
diversos.”
Para o educador, a
tecnologia mudou a relação dos alunos com a literatura. “Muita gente acha que
as crianças estão lendo menos. O fato é que hoje os alunos estão se
relacionando com a leitura de uma forma diferente.” Ao utilizar recursos da
cultura digital, eles conseguiram aumentar o hábito de leitura entre os alunos.
De acordo com um levantamento feito pela ONG com uma das turmas que
participaram do projeto, no início das oficinas, 31% dos participantes
não lembravam de terem lido nenhum livro nos últimos três meses. Após a
conclusão do ciclo de atividades, todos eles lembravam de pelo menos duas
obras.
“As últimas gerações têm
uma ânsia de participação muito grande. Eles querem ser autores de suas
próprias histórias”, defendeu Cavalcante. De acordo com ele, durante esse
processo os alunos aprendem a se familiarizar com diferentes linguagens e
desenvolvem habilidades importantes que os ajudam a se tornarem mais
expressivos. “A gente acredita que o empoderamento vem dessas habilidades que
eles constroem ao produzir as suas versões.”
Além de desenvolver
atividades com os alunos, o projeto também trabalha na formação de professores.
Eles participam de atividades práticas que apresentam novas possibilidades para
trabalhar a leitura com o uso da tecnologia. Com base na metodologia das
oficinas realizadas no Laboratório Criativo, eles mostram modelos de aulas e
atividades que podem ser realizadas para ensinar esses conteúdos.
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