Se uma criança pequena, nos seus primeiros anos de vida, tem a oportunidade de ouvir a leitura de um livro por noite, antes de dormir, pelo menos duas vezes por semana…
… ao final do primeiro ano terá lido quase 100 livros.
No total, dos seus 6 primeiros anos de vida, serão quase 600 livros!!!
“Quantidade não é qualidade”, muitos dirão…
Mas é preciso considerar que o acesso à diversidade de livros e leitura e a oportunidade de desfrutar um momento especial de compartilhar sentidos na leitura com adultos de sua estima podem ajudar – e muito – para a formação de um leitor…
Falamos recentemente sobre a quantidade de leituras que uma criança de até 6 anos pode ter oportunidade de vivenciar caso um adulto leia para ela pelo menos duas vezes por semana. Vamos continuar essa conversa?
Ao longo de 6 anos essa criança teria um repertório de 600 livros!!!
Esse dado pode ser revelador se compararmos com os resultados da pesquisa Retratos da Leitura – iniciativa do Instituto Pró-Livro – que apresenta os comportamentos leitores dos brasileiros em 2011.
A pesquisa descobriu que a quantidade de livros lidos por ano conforme a faixa etária era:
- Entre a idade de 05-10 anos: 5,4 livros.
- Entre a idade de 11-13 anos: 6,9 livros.
- Entre a idade de 40 a 49 anos: 2,6 livros.
Sobre os gêneros favoritos desses leitores…
- Entre a idade de 05-10 anos: livros infantis possuem o maior porcentual, com 66%.
- Entre a idade de 11-13 anos: livros didáticos são os mais lidos, com 47%.
- Entre a idade de 40-49 anos: a Bíblia possui a maior porcentagem, com 54%.
O Retratos da Leitura também perguntou: de onde vem a motivação para ler o livro?
- Entre a idade de 05-10 anos: exigência escolar – 79%
- Entre a idade de 11-13 anos: exigência escolar – 72%
- Entre a idade de 40-49 anos: conhecimento geral – 58%
E por fim, mais um dado importante, a frequência em que leitores e não-leitores veem a mãe ou o pai lendo:
Frequência que veem/viam a mãe lendo:
Leitor: nunca (39%)
Não-leitor: nunca (63%)
Frequência que veem/viam o pai lendo:
Leitor: nunca (52%)
Não-leitor: nunca (68%)
Chama a atenção a influência do pai e da mãe como leitores, pois é mais frequente que não-leitores nunca tenham visto seus pais lerem. Isso indica que verem seus pais lendo (principalmente a mãe), provavelmente, influencia positivamente o comportamento leitor da pessoa.
Será que esses dados poderiam ser diferentes se tivéssemos como público pesquisado as crianças que tiveram oportunidades de leitura em casa como as indicadas na parte 1 dessa conversa?
Médicos indicam a leitura para bebês – À medida que crescem, alunos deixam de usar bibliotecas – Índices de aprendizagem de leitura muito abaixo do adequado – Quantidade de livrarias no Brasil – QUE RELAÇÕES PODE HAVER ENTRE ESSES DADOS?
Se quisermos construir um país de leitores, como sabemos que é necessário, alguns dados precisam ser relacionados e analisados de forma orgânica, considerando toda a complexidade que envolve o tema.
Partindo de dados recentes destacamos algumas informações:
Médicos recomendam leitura para as crianças com menos de 3 anos. Isso porque…
… é o período crucial para o desenvolvimento do cérebro e de habilidades como falar, aprender e pensar.
No Brasil…
…chegam ao 3o ano do Ensino Fundamental sem aprendizagem adequada de leitura…
… não sabem escrever.
O uso da biblioteca escolar cai com o crescimento da escolaridade dos alunos no Brasil.
Segundo levantamento recente, o número de alunos que nunca ou quase nunca utilizam a biblioteca escolar salta de…

O Brasil tem hoje…
… a UNESCO recomenda…
Vale a pena pensarmos sobre esses dados.
Recomenda-se leitura como diferencial no desenvolvimento, mas o acesso aos livros parecem não estar na mesma direção. Os resultados nos níveis de aprendizagem podem ser acompanhados – de maneira alarmante – pelos índices nacionais…
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