domingo, 29 de março de 2015
sábado, 28 de março de 2015
ASTUCE DECO : Voici comment réaliser un superbe bonhomme de neige, pour Noël ! Partagez l'astuce avec vos amis : c'est court, facile et super mignon ! - VIBRATION -
Posted by VIBRATION on Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2014
sexta-feira, 27 de março de 2015
quinta-feira, 26 de março de 2015
TP Roll Bunny Gift Box (in 2minutes!!)Yes... the video is fast, but so is the craft.... SLOW VERSION https://www.youtube.com/user/redtedart DON'T FORGET TO SUBSCRIBE!
Posted by Red Ted Art on Quinta-feira, 26 de Março de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
NÃO HÁ INTELIGÊNCIA PROFUNDA SEM BONDADE
NÃO HÁ INTELIGÊNCIA PROFUNDA SEM BONDADE
publicado em recortes por Sílvia Marques
Este artigo analisa o conceito de inteligência.
publicado em recortes por Sílvia Marques
Este artigo analisa o conceito de inteligência.
O tema da inteligência me fascina. Sempre que posso, leio a respeito. Não só a inteligência me interessa. Gosto de tudo relacionado ao comportamento humano; como o nosso cérebro reage às mais variadas situações desafiadoras do dia a dia e como cada pessoa lê a realidade.
O que para uns é erótico, para outros é pornográfico. O que para uns é espontâneo, para outros é espalhafatoso. Os limites entre a ponderação e a chatice; a determinação e a teimosia; a sensualidade e a vulgaridade também são ténues. Depende do nosso ponto de vista. Depende dos nossos referenciais familiares. Do nosso nível de instrução. Das nossas habilidades e limitações. Depende dos livros que lemos, dos filmes que assistimos, dos professores que tivemos, da escola que frequentamos, da fé e valores que nos foram ensinados e de que forma foram ensinados. Depende da nossa própria natureza; daquela nossa porção que não dependeu de nada nem de ninguém.
O que define a inteligência?
O que caracteriza alguém realmente inteligente?
Em meu tempo de menina, a inteligência estava muito associada à lógica, ao bom raciocínio matemático. Inteligente era quem se dava bem com os números. Este pensamento está equivocado? Não e sim. Lidar bem com os números é realmente um indício de inteligência, mas muitas outras habilidades denotam inteligência, como por exemplo ter bom ouvido musical, se expressar bem e ter noção de espaço.
Hoje sabemos que existem vários tipos de inteligência, entre eles: Linguística e Lógica ( as mais comuns), Motora, Espacial, Musical, Interpessoal e Intrapessoal.
Linguística: apresenta este tipo de inteligência as pessoas que lidam bem com as palavras. São pessoas que escrevem e falam bem e que têm maior facilidade para entender pontos de vista diferentes.
Lógica: apresenta este tipo de inteligência pessoas com facilidade em Matemática e Lógica. Normalmente têm boa memória e bom nível de disciplina e organização.
Motora: apresenta este tipo de inteligência as pessoas com ótima coordenação motora, alto controle sobre o corpo e facilidade para a expressão corporal.
A inteligência motora é muito associada a esportistas e dançarinos. Mas muitas outras profissões dependem da boa coordenação motora e/ou de uma eficaz expressão corporal como cirurgiões, costureiros, cozinheiros e atores.
A simples facilidade de ler expressões faciais e gestos denota uma habilidade motora.
Espacial: Pessoas com este tipo de inteligência possuem muita facilidade para criar e desenhar imagens 2 e 3D. São criativas.
Musical: Tipo raro de inteligência e muito criativo como a espacial. As pessoas que apresentam este tipo de inteligência têm facilidade para ouvir sons de forma diferenciada, deduzindo novos padrões musicais e muitas vezes aprendem a tocar algum instrumento sozinhas.
Interpessoal: raríssimo tipo de inteligência que está associada à capacidade de liderança e persuasão. Pessoas com este tipo de inteligência, normalmente, sabem extrair o que há de melhor em cada um, levando-as a ação.
Intrapessoal: tipo mais raro de inteligência. Está associada à capacidade de liderança também, porém, de forma mais indireta, influenciando as pessoas por meio de ideias. Apresentam profundo autoconhecimento. Normalmente, quem apresenta este tipo de inteligência é carismático.
Bons professores, normalmente, apresentam inteligência intrapessoal. Podemos encontrá-la também em missionários, líderes religiosos, pensadores de um modo geral.
A interpessoal já está mais presente em bons líderes corporativos, publicitários , diretores de teatro/cinema/TV. Porém, vale ressaltar que, uma mesma profissão pode exigir mais de um tipo. Um escritor de auto ajuda, por exemplo. Ele combina a Linguística e a Intrapessoal.
Enfim, o resumo acima é bem rudimentar, mas nos proporciona uma ideia geral do quanto o tema é vasto e complexo. Repito a pergunta: O que define se uma pessoa é inteligente ou não? Existe algum tipo de inteligência mais importante do que as outras? É mais inteligente aquele que apresenta um número maior de tipos de inteligência? Não sei a resposta, embora a procure de forma persistente.
Para mim, em minha opinião parcial e pouco fundamentada de leiga, encaro como mais inteligente não aquele que sabe fazer mais coisas, mas sim aquele que pode se conhecer melhor e viver de forma mais harmónica com ele mesmo e as outras pessoas.
Aquele que conhece melhor seus pontos fortes e limitações. Aquele que aprende mais com as experiências negativas, extraindo lições importantes. Aquele que sabe usufruir melhor do conhecimento alheio, aprendendo com todas as pessoas.
Aquele que consegue se reconciliar mais facilmente com o seu passado. Aquele que consegue detectar os falsos amigos e partir para outra sem remoer o assunto por meses. Aquele que aceita as diferenças e respeita o espaço alheio.
Aquele que sabe viver em comunidade. Aquele que conhece onde termina a sua liberdade e começa a do outro. Aquele que sabe perdoar e compartilhar. Aquele que entende a própria limitação humana e não se sente superior em relação àqueles que apresentam menos habilidades, menos atractividade, menos poder aquisitivo etc.
Aquele que sabe extrair prazer das pequenas conquistas diárias. Aquele que sabe admitir e se desculpar quando erra. Aquele que ama o que tem. Aquele que sabe lutar e perder. Aquele capaz de reconhecer com humor que às vezes é muito bobo.
Em minha opinião, não existe inteligência verdadeira e profunda sem bondade. Todo aquele que usa as habilidades e a facilidade de aprendizado para oprimir, humilhar, tirar proveito das pessoas, planejar vinganças, se sentir superior, se destacar socialmente usando a cabeça dos outros como degrau é no máximo um ser habilidoso e esperto, com raciocínio rápido e coerente.
Para mim, a inteligência superior vai além. Ela engloba caracteres de sociabilidade, ternura , empatia e compaixão. Somos seres cooperativos. E para mim, quem entende melhor esta rede de interinfluências e exercita mais a cooperação, se adapta melhor às leis essenciais da vida.
© obvious: http://obviousmag.org/cinema_pensante/2015/03/-nao-ha-inteligencia-profunda-sem-bondade.html#ixzz3VP6aOyKp
terça-feira, 24 de março de 2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
sábado, 21 de março de 2015
PRÉ Histórias: A Prima Vera
PRÉ Histórias: A Prima Vera: Uma história criada para esta estação do ano, que faz uma abordagem às características principais da Primavera, através da fantasia e da ima...
sexta-feira, 20 de março de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
segunda-feira, 16 de março de 2015
domingo, 15 de março de 2015
sábado, 14 de março de 2015
ESTES ADULTOS ESTÃO LOUCOS!
Uma partilha da nossa amiga Alda.
Para ler e pensar...
Para ler e pensar...
ESTES ADULTOS ESTÃO LOUCOS!
**********************************************
Ainda não percebi bem o que querem de mim...
Nasci porque a minha mãmã queria ser Mãe, e o meu papá queria ser Pai.
Mas não pensaram que eu queria ser filho deles a tempo inteiro.
E eles, afinal, não tinham tempo para mim.
Mas fizeram-me nascer na mesma.
Agora sou bébé, passo 8 ou 9 horas por dia na creche, até que a minha mãe (quase sempre), ou o meu pai, me venham buscar.
Chego a casa cansado, como, os meus pais, cansados, olham para mim, dizem blá-blá-blá, eu rio-me, eles também, e vou para a cama.
Ando assim 5 ou 6 anos.
Depois entro na escola.
Entro logo de manhã, às vezes debaixo de chuva, vento e muito frio, e fico dentro da escola 6 ou 7 horas, até que a minha mãe (quase sempre) me venha buscar.
Em casa, faço os TPC, com a ajuda possível dos meus pais, que estão cansados, frustrados, revoltados com o trabalho, que mal dá salário para vivermos com dignidade, até que chega a hora do jantar, feito pela minha mãe.
Depois, olham para mim, com os olhos cansados, mas ainda com energia para dizerem blá-blá-blá. Eu ainda me rio, eles também, lavo os dentes e vou para a cama.
Ando assim mais 4 anos.
Entro na escola secundária.
Tenho muitos professores e muitas disciplinas. Fico lá 6 ou 7 horas, até tocar para a saída.
Nos primeiros tempos ainda espero pelo meu pai (é ele que tem o carro), e vou para casa.
Mas, alguns 3 ou 4 anos depois, já vou sozinho para casa.
Apanho os transportes públicos, cheios de adultos que até me pisam para entrarem primeiro que eu, mostro o "passe"
e chego a casa. Cansado! Beijo o meu pai, também cansado, Beijo a minha mãe na cozinha,
também cansada, e tento fazer os TPC's. Por vezes adormeço. Muitas vezes não consigo fazê-los.
E então já sei que os professores vão escrever um "recado" ao meu pai. E depois vou ser castigado.
Mesmo que esteja cansado! No dia seguinte, o professor grita comigo e pergunta se os meus pais não têm tempo para me dar educação.Eu não respondo, mas apetece-me!
Alguns dos meus colegas, respondem!
E os professores dizem que não são educadores.
Que os educadores devem ser os pais.
Só que os professores estão comigo 7 horas por dia, se não faltarem às aulas.
Os meus pais, estão comigo, talvez, 2 ou 3 horas por dia, o resto é para comer e dormir.
Fico a pensar: quem é que me pode educar?
Acho que os adultos estão loucos!
Vou começar a fazer birra!
Talvez me olhem de outra maneira...
Acho que vou começar a fumar nas traseiras da escola.
Está lá a malta da turma.
Eles até não se importam de "partilhar aqueles cigarros que eles próprios fazem".
Eles dizem que aquilo é um paraíso. Talvez experimente.
Os professores não vão dizer nada, porque não são meus educadores.
Os meus pais não vão dizer nada, porque, na escola, ninguém tem obrigação de me vigiar, e em casa os meus pais estão cansados e só estão comigo (acordados) 2 ou 3 horas.
Os adultos dizem que eu sou mal educado mas não é verdade,
eu não tenho educação nenhuma mesmo.
Porquê?
Porque os adultos não têm tempo!
**********************************************
Ainda não percebi bem o que querem de mim...
Nasci porque a minha mãmã queria ser Mãe, e o meu papá queria ser Pai.
Mas não pensaram que eu queria ser filho deles a tempo inteiro.
E eles, afinal, não tinham tempo para mim.
Mas fizeram-me nascer na mesma.
Agora sou bébé, passo 8 ou 9 horas por dia na creche, até que a minha mãe (quase sempre), ou o meu pai, me venham buscar.
Chego a casa cansado, como, os meus pais, cansados, olham para mim, dizem blá-blá-blá, eu rio-me, eles também, e vou para a cama.
Ando assim 5 ou 6 anos.
Depois entro na escola.
Entro logo de manhã, às vezes debaixo de chuva, vento e muito frio, e fico dentro da escola 6 ou 7 horas, até que a minha mãe (quase sempre) me venha buscar.
Em casa, faço os TPC, com a ajuda possível dos meus pais, que estão cansados, frustrados, revoltados com o trabalho, que mal dá salário para vivermos com dignidade, até que chega a hora do jantar, feito pela minha mãe.
Depois, olham para mim, com os olhos cansados, mas ainda com energia para dizerem blá-blá-blá. Eu ainda me rio, eles também, lavo os dentes e vou para a cama.
Ando assim mais 4 anos.
Entro na escola secundária.
Tenho muitos professores e muitas disciplinas. Fico lá 6 ou 7 horas, até tocar para a saída.
Nos primeiros tempos ainda espero pelo meu pai (é ele que tem o carro), e vou para casa.
Mas, alguns 3 ou 4 anos depois, já vou sozinho para casa.
Apanho os transportes públicos, cheios de adultos que até me pisam para entrarem primeiro que eu, mostro o "passe"
e chego a casa. Cansado! Beijo o meu pai, também cansado, Beijo a minha mãe na cozinha,
também cansada, e tento fazer os TPC's. Por vezes adormeço. Muitas vezes não consigo fazê-los.
E então já sei que os professores vão escrever um "recado" ao meu pai. E depois vou ser castigado.
Mesmo que esteja cansado! No dia seguinte, o professor grita comigo e pergunta se os meus pais não têm tempo para me dar educação.Eu não respondo, mas apetece-me!
Alguns dos meus colegas, respondem!
E os professores dizem que não são educadores.
Que os educadores devem ser os pais.
Só que os professores estão comigo 7 horas por dia, se não faltarem às aulas.
Os meus pais, estão comigo, talvez, 2 ou 3 horas por dia, o resto é para comer e dormir.
Fico a pensar: quem é que me pode educar?
Acho que os adultos estão loucos!
Vou começar a fazer birra!
Talvez me olhem de outra maneira...
Acho que vou começar a fumar nas traseiras da escola.
Está lá a malta da turma.
Eles até não se importam de "partilhar aqueles cigarros que eles próprios fazem".
Eles dizem que aquilo é um paraíso. Talvez experimente.
Os professores não vão dizer nada, porque não são meus educadores.
Os meus pais não vão dizer nada, porque, na escola, ninguém tem obrigação de me vigiar, e em casa os meus pais estão cansados e só estão comigo (acordados) 2 ou 3 horas.
Os adultos dizem que eu sou mal educado mas não é verdade,
eu não tenho educação nenhuma mesmo.
Porquê?
Porque os adultos não têm tempo!
O chumbo do João
Por Inês Teotónio Pereira
publicado em 14 Mar 2015 - 08:00
O chumbo do João
publicado em 14 Mar 2015 - 08:00
O chumbo do João
Os pais iam à escola regularmente e o diagnóstico era sempre o mesmo: o João não quer trabalhar, é imaturo e não está a conseguir alcançar os objectivos.
O João andava no jardim-de-infância desde os três anos. Todos os anos, as avaliações eram excelentes: muita criatividade, talento especial para desenho, empenhado e alegre. Sabia identificar as cores, os números, algumas letras, escrevia o seu nome, o do pai e o da mãe, e já sabia muitas outras coisas. O João era feliz e os pais do João iam trabalhar descansados todos os dias. Aos seis anos, o João entrou na escola a sério. Demorou a perceber que agora era mesmo a sério. Era muito imaturo, diziam. Passou o primeiro período sem sobressaltos, mas no segundo deixou de ser o menino feliz que sempre foi. Fazia birras para ir para a escola e detestava os trabalhos de casa. Os cadernos eram um espelho da sua má disposição.
Passou para o segundo ano e a escola tornou-se ainda mais a sério. Tinha de saber mais coisas, tinha mais trabalhos de casa e os testes eram bem mais exigentes. A leitura era o seu ponto fraco: não lia à velocidade que o professor queria. Da escola, só gostava do recreio. Os trabalhos de casa ficavam vezes de mais por fazer e os pais já não iam trabalhar descansados todos os dias. O João não conseguia acelerar a velocidade de leitura e até na matemática, onde sempre teve facilidade, começava a fraquejar. Nos ditados de palavras, ficava sempre nos últimos lugares.
Os pais iam à escola regularmente e o diagnóstico era sempre o mesmo: o João não quer trabalhar, é imaturo e não está a conseguir alcançar os objectivos. Precisa de mais apoio e de mais trabalho. O João era o primeiro filho e os pais pensavam ingenuamente que era na escola que se encontravam as estratégias para motivar os meninos como o João. Eles não tinham muito tempo para lhe dar explicações e, as poucas vezes que tentaram, perceberam que não tinham qualquer talento para ensinar. Aqueles minutos em que se sentavam com o João para o ajudar a estudar eram os piores das vidas de cada um deles. Perante este cenário, a pressão da escola e a frustração do João, resolveram esticar o orçamento familiar e, em vez de irem ao cinema e à marisqueira do bairro, contrataram uma explicadora. Quinze euros à hora, três horas por semana.
O João melhorou, mas também a explicadora se queixava de que ele não lia à velocidade exigida para a idade. O melhor era pedir um relatório a um psicólogo. Mais 150 euros. O João não acusou nada de especial. Apenas que não sabia pronunciar bem os “l” e os “lh”. A sua vida era a escola e os pais só lhe falavam das notas, dos trabalhos de casa e dos castigos que lhe aplicariam se ele não atingisse os resultados. No entanto, o João falhou os testes intermédios do segundo ano e o professor avisou os pais de que ele ia repetir o ano. O João chumbou. O João faz parte dos 150 mil alunos que chumbaram naquele ano. Simples: o João era imaturo e, por mais que tentasse, não conseguia desvendar o som das letras à velocidade que o professor queria. E pior: ninguém lhe dizia como. Apenas o repreendiam e repetiam as mesmas explicações, como se o problema dele fosse auditivo.
Não, a culpa de o João chumbar não era dele. E também não era dos testes nem das avaliações que tantos conseguiram passar. O João só chumbou porque não conseguiu aprender. E ele só não conseguiu aprender porque não o souberam ensinar. Enquanto, nas escolas, não existirem estratégias diferenciadas conforme os alunos e as dificuldades e enquanto se ensinar para a nota em vez de se ensinar para os alunos aprenderem, haverá sempre mais chumbos. E a solução não está em acabar com as avaliações ou com os exames. A solução está em analisar os exames e as avaliações como verdadeiras provas para os professores e para as escolas, de modo a que se consigam encontrar planos para responder aos milhares de meninos como o João. Os alunos só falham porque alguém anda a falhar com eles. Sim, o João chumbou, mas quem falhou foi a escola.
sexta-feira, 13 de março de 2015
quinta-feira, 12 de março de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
Movimento pela desaceleracao da rotina das crianças
Movimento pela desaceleracao da rotina das crianças
Por Pamela Greco
Há algum tempo venho conversando com os pais dos meus alunos sobre a velocidade de suas vidas, sobre suas rotinas desgastantes, sobre o número de atividades que a criançada tem e todas as responsabilidades que têm sido obrigadas a assumir.
Temos discutido bastante o quanto isso é ou não saudável, agradável e o quanto isso tem afetado o bem-estar. Veja, na verdade eu poderia nem estar falando só dos filhos, mas dos pais também.
A tecnologia favoreceu e facilitou nossa comunicação e acesso à informação (e tudo mais que se queira). Mas também nos colocou na pista, meio embriagados, a 220 km por hora. É óbvio que nossos filhos sofreriam os reflexos disso.
Estamos cada vez mais cansados, mais estressados, nos alimentando mais rápido e com menos qualidade, vivendo mais rápido e possivelmente sem aproveitar bons momentos.
E as crianças?
Ela tem Ballet de terça e quinta, inglês de segunda e quarta, natação de sábado de manhã, aula de teclado e canto e teatro e… Ela tem escola e tarefas de casa. Ela tem dificuldades na escola. Ufa!
Bom, fazemos uma confusão danada sobre o que é oferecer uma formação completa para os nossos filhos. Pensamos em dar tudo que não tivemos, e por vezes até achamos que estamos ampliando todas as possibilidades profissionais deles. Achamos que eles estão se divertindo, mas eles estão cansados, impacientes, irritadiços, agitados, pouco atentos e com pressa.
E que professor, escola, mãe ou pai não tem percebido isso?
Além disso, trabalhamos 44 horas semanais e, portanto precisamos mantê-los ocupados.
Que tal um novo estilo? Vamos pensar nisso?
Não está ao alcance de todos nós (ou pelo menos não parece estar), adultos, uma escolha por um trabalho mais flexível ou por uma carga horária menor. Mas precisamos cuidar mais de nós e desacelerar se for preciso. Precisamos ouvir mais o que nosso corpo cansado e mentes cheias estão dizendo. Eu poderia escrever muito sobre isso, mas sei que estão esperando a parte prática no cuidado com as crianças. Só gostaria de pedir que pensem em se cuidar mais, ok? Vocês merecem!
Para as nossas crianças: Simplicidade!
- Simplifiquem os brinquedos e diminuam a quantidade: Que tal pular corda? Cansa a criançada, exercita e diverte. Deixe-os desenhar, brincar no playground do condomínio ou no quintal e jardim de casa. Já brincaram de elefante colorido? É super divertido e precisa de…nada na verdade! Logo coloco um post explicando a brincadeira.
- Conversem durante o jantar. – Clichê, mas vale a dica. Desligue a TV, o celular, o iPad, o facebook e etc. Conecte-se com o seu filho, comam devagar.
- Leia antes de dormir. – Além de exercitar e incentivar a leitura, aproxima vocês e cria um ritual ou um vínculo.
- Corte as atividades excessivas. Diminua as cobranças. O ócio também é necessário e positivo, ao contrário do que se tem dito. Se quiser, me mande a agenda de atividades do seu filho e podemos pensar juntos! Deixe-os ficar um pouco com a avó, a tia que mima, o tio brincalhão que morre de saudade…
- Tente fazer pelo menos uma atividade ao ar livre durante o fim de semana: Um playground, um parque na cidade, um bosque, uma praça… Enfim, o que sua cidade lhe ofertar (embora eu saiba que não são tantas, quantas gostaríamos, as opções na nossa cidade).
Para saber mais:
Semana passada o blog Mães Amigas, , postou uma matéria interessante comentando o assunto e ensinando a criançada a fazer alguns brinquedos mais simples. Isso se encaixa bem no primeiro item das nossas práticas. Vale dar uma olhada.
Além disso, pra quem quiser saber mais ainda sobre o assunto, há um autor conceituado dos EUA, chamado Kim John Payne, que por acaso é conselheiro familiar e que é um estudioso do tema. Segundo ele “Conforme a vida acelera pra hipervelocidade – com muitas coisas, muitas escolhas, e pouco tempo – as crianças sentem a pressão. Eles se tornam ansiosos, tem problemas com amigos e escola, ou são ainda diagnosticados com problemas de comportamento. Agora, em defesa do extraordinário poder do menos”. Simplicity Parenting
Fonte: Pais que educam
Acho que todos nós precisamos dessa desaceleração, não acham?
VOU PARA A ESCOLA DOS MAIS CRESCIDOS
VOU PARA A ESCOLA DOS MAIS CRESCIDOS
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Quem não se lembra do seu primeiro dia de aulas no 1º ciclo? Ou quem não se lembra de levar o seu filho ao primeiro dia de aulas da “escolinha primária”? Não há dúvida, que a entrada no 1º ano é um marco importante tanto para a criança como para a família, deixando para ambos recordações para a vida.
Com a entrada no 1º ciclo muita coisa muda – horários que devem ser respeitados, pontualidade e assiduidade que assumem (ou pelo menos deviam assumir) um papel mais rigoroso e postura na sala de aula mais exigente com períodos de atenção mais longos.
Enfim, uma grande mudança!
É importante que em família se faça uma preparação inicial, no entanto não há necessidade de ser exagerada.
Não há necessidade de tornar este processo natural, num complicado e problemático. A maioria das crianças já se empolgam por si só com a entrada para a “escola dos crescidos”, ou seja, para além de saberem que vão fazer novas descobertas e novas aprendizagens, entusiasmam-se bastante com o facto de se poderem igualar ao irmão ou ao amigo mais velho. Basta então, aproveitar este entusiasmo e mostrar à criança todas as mais valias que terá à sua espera com a entrada para o 1º ano – amiguinhos(as) novos(as), professores que a ajudarão em tudo o que precisar, novas aprendizagens nas mais diversas áreas (português, matemática, ciências…), entre outros.
A única alteração que merece um pouco mais da nossa atenção, e que por isso também deixámos para o fim, tem a ver com o quotidiano da família, principalmente no que respeita aos “horários”. Há que dar especial atenção aos horários do deitar e do levantar, das refeições e, principalmente a partir desta nova etapa, aos do estudo.
É fundamental ajudar a criança, logo desde o 1º ano de escolaridade, a criar hábitos e métodos de estudo – 30/45min diários após a escola para fazer os chamados t.p.c’s ou, por exemplo, para contar ao pai/mãe o que aprendeu de novo naquele dia.
Márcia Fidalgo, Professora de 1º Ciclo e de Educação Especial, Centro ser Mais
Para Up To Lisbon Kids
Para Up To Lisbon Kids
ENTRADA PARA O 1º CICLO | RETENÇÕES NO PRÉ-ESCOLAR
ENTRADA PARA O 1º CICLO | RETENÇÕES NO PRÉ-ESCOLAR
O sucesso nos primeiros anos de escola prediz o sucesso escolar a longo prazo
Rimm-Kaufman & Pianta, 2000
A entrada de um filho para o 1º ano do 1º ciclo, é um momento muito importante na vida da criança e dos pais. Os pais encaram esta mudança como uma transição do lúdico para o trabalho. “Agora é a sério”- Transmitem. como se período pré-escolar não fosse essencial para o amadurecimento da criança e desenvolvimento das competências necessárias para prepará-los para este momento. A criança passa agora a ser um aluno. Cada vez mais, o bom desempenho escolar dos filhos faz parte das objetivos dos pais. Muito pais, acabam por elevar as expectativas e privilegiar o aluno em detrimento da criança. Se a criança é um bom aluno, muito bem. Se não é, está o caldo entornado. É-lhe exigido mais e melhor. É criada muita tensão à volta dos resultados escolares. Muitas vezes são-lhe atribuídas horas extras de trabalhos e actividades que não deixam tempo para descansar, muito menos para brincar. Todas estas sobrecargas físicas e emocionais podem levar a uma consequente diminuição do desempenho do aluno, e o aumento de uma baixa autoestima derivada do sentimento de falhanço perante os pais.
É essencial que os pais ajustem as suas espectativas em relação à escola, e que dêem tempo para que os filhos progridam. Não se esqueça, que as crianças absorvem todos os sentimentos e atitudes dos pais. Se os pais se apresentam stressados e ansiosos com a entrada no primeiro ano, também para elas esta transição será tensa, e com uma adaptação difícil, vindo a piorar a obtenção de bons resultados.
Em Portugal, “A matrícula no 1.º ano do 1.º ciclo do ensino básico é obrigatória para as crianças que completem 6 anos de idade até 15 de setembro. As crianças que completem os 6 anos de idade entre 16 de setembro e 31 de dezembro podem ingressar no 1.º ciclo do ensino básico se tal for requerido pelo encarregado de educação, dependendo a sua aceitação definitiva da existência de vaga nas turmas já constituídas (..)”[Despacho n.º 5048-B/2013]
Há umas décadas atrás, os pais de crianças de matricula condicional, ou seja, que completam os 6 anos entre 16 setembro e 31 dezembro, preocupavam-se em que os filhos não perdessem um ano letivo, apenas por terem nascido uns meses mais tarde do que as restantes crianças do mesmo ano civil.
Se não houvesse vaga no agrupamento de escolas da área de residência, dava-se a morado dos avós, dos tios ou outra pessoa qualquer. Escreviam-se cartas ao Ministro da Educação. Reuniam-se condições para inscrevê-los num colégio particular, mesmo quando o orçamento familiar não o permitia. Porque nessa época havia uma certeza: perder um ano era atrasar os estudos.
Nessa altura não tinha sido criada qualquer relação entre o fraco desempenho escolar de algumas crianças, e a entrada precoce na escola.
Nos anos 80, Steve Biddulph, desenvolve uma teoria em que defende que atrasar estas criança um ano para que iniciem a sua vida de estudante apenas após os 6 anos concluídos, será a opção mais benéfica para o aluno. Sugere que as crianças mais novas se sentem inseguras, ansiosas e inadaptadas e que retê-las por um ano, proporcionando-lhes mais um ano de brincadeira, e é uma boa forma de lhes dar uma vantagem em relação aos mais velhos. Que os pais, ficam menos tensos em relação a resultados, pois estão a apostar numa criança mais confiante mais autónoma e mais madura.
Muitas vezes, a diferença de idades entre crianças que frequentam a mesma turma é de quase um ano.
Steve Biddulph defende que os alunos mais novos não estão física, emocional ou linguisticamente preparados. Muitas vezes não são suficientemente autónomos ou não têm maturidade para passar a esta fase. Refere ainda o facto de não terem as motricidades finas e grossas desenvolvidas como os mais velhos, vindo apresentar-se como uma dificuldade acrescida no aprender a escrever, por exemplo.
Tais factos, vão reflectir-se na sua (não) progressão ao longo do ano letivo. Para além disso, um desempenho escolar esforçado, sobrecarregado e com resultados medianos pode também desenvolver outras características negativas na criança como a baixa auto-estima, falta de confiança, desinteresse escolar, isolamento etc.
Mas decisão de não colocar os nossos filhos na escola, e optar por retê-los, numa espécie de chumbo no último ano do pré-escolar, nem sempre é fácil…
No entanto, é importante notar que, apesar da crescente popularidade dessa teoria, as opiniões não são unânimes no que refere benefícios a curto e a longo prazo da aplicação desta medida.
Reter o seu filho, permitindo-lhes tempo para amadurecer, também pode ter impactos significativos a longo prazo sobre o desenvolvimento emocional e autoestima dos nossos filhos. Nos estudos que têm vindo a ser realizados, conclui-se:
- O atraso no ingresso parece não ter quaisquer vantagens; pelo contrário, as crianças retidas apresentam autoconceitos diminuídos e atitudes negativas perante a escola . Revela-se ser uma metodologia ineficaz, e não se veio a verificar quaisquer diferenças nas competências académicas destas crianças após a retenção, para além de que contribuiu para a estigmatização social das crianças com dificuldades. (Carlton & Winsler)
- Em vez de fornecer um impulso para o desenvolvimento do capital humano das crianças, esta teoria simplesmente adia a aprendizagem e a longo prazo não se verificam vantagens nesta opção, sendo que, o ano perdido já não se recupera. (Elder & Lubotsky )
Todas as opções que tomamos relativamente aos nossos filhos têm sempre prós e contras, e numa situação como o desenvolvimento físico ou intelecto, não podemos pautar duas crianças diferentes por padrões como a idade.
Cada criança é única, e os pais devem tomar a sua decisão relativamente ao facto do filho estar ou não pronto para ingressar o 1º ano, tendo em conta as características da criança. Enquanto que para uma criança pode ser benéfico atrasar um ano, para outras pode ser prejudicial, por isso, deve tomar esta decisão de acordo com o perfil do seu filho. Não existe uma regra. Há de facto competências que se tiverem mais desenvolvidas podem ajudar a realizar esta transição de forma tranquila. Mas há também crianças que chegando aos 6 anos quase 7 também ainda não têm esta mesmas competências desenvolvidas.
Também é importante lembrar que a idade cronológica nem sempre equivale a maturidade emocional ou mental, e que o tempo não é o único factor de desenvolvimento do seu filho. Na verdade, se há alguém que pode ajudar no desenvolvimento dos nossos filhos, somos nós, pais.
Se até à idade de ir para a escola os ensinarmos a brincar, se os estimularmos, se lhes lermos histórias, se fizermos atividades plásticas e atividades ao ar livre, eles desenvolverão muito mais a maturidade do que em qualquer ano extra na escola.
Sabemos que cada vez temos menos tempo para estar com os nossos filhos, e por isso temos de transformar este crescimento em momentos de qualidade passados entre pais e filhos, realizando actividades divertidas, e que os ajude a crescer. Partilhar do crescimento deles, e ter noção real das suas características e capacidades, é essencial para os ajudar na transição para o 1º ano.
Lembre-se, essa transição deverá ser um grande momento para os nossos filhos, e não um momento de stress e tensão para toda a família.
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