terça-feira, 30 de setembro de 2014

Uma carta de um filho a seus pais durante o divórcio - Legendado PT-BR

PEDAGOGIA WALDORF A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA DE 0 A 7 ANOS







Durante nove meses, aproximadamente, um pequeno embrião desenvolveu-se. Formou-se um feto, que cresceu até o momento de se “dar à luz”. Durante todo este tempo, o pequenino bebê esteve muito bem protegido, aquecido, preservado de estímulos excessivos. O útero materno é caloroso e envolvente. Para nascer, a criança precisa se esforçar muito, vencer a difícil passagem que a separa do mundo externo. Este é seu primeiro aprendizado, seu primeiro ato de coragem: vir ao mundo!
Deveria ser óbvio para nós, adultos, o fato de que este mundo deve se descortinar aos poucos para a criança, perceber que quem esteve por tanto tempo totalmente protegido precisa aprender, lentamente, a conviver com os novos estímulos sensoriais (luzes, sons, sabores). Infelizmente, tal percepção já não é mais tão lógica. Observamos, por exemplo, como é grande a quantidade de bebês, muitas vezes com menos de um mês, que podem ser vistos, atualmente, em shopping centers, supermercados (até de madrugada!), festas e outros locais excessivamente agitados para quem acabou de nascer. Podemos nos questionar sobre que influência causa na criança esta hiper estimulação tão precoce. Quem sabe possamos comparar o que isto significa para a criança com como nos sentimos se, após uma agradável noite de sono, somos despertados pelo suave canto dos pássaros e uma doce mão que nos afaga a cabeça ou por um despertador estridente e alguém nos sacudindo. Certamente começa aí o problema atual e crescente de crianças diagnosticadas como “hiperativas”.
Hoje em dia, até o momento de ir para a escola se antecipou, o “descortinar” do mundo chega cada vez mais cedo. Antigamente a idade escolar iniciava aos sete anos. Até então, era normal que as crianças ficassem em casa, cuidados por seus familiares. E, durante esse primeiro setênio (período de sete anos), ela podia aprender naturalmente suas mais importantes lições: andar, falar, pensar e se relacionar socialmente. Tudo através do exemplo, da imitação do adulto próximo a ela e, é claro, do aprendizado oriundo de suas próprias brincadeiras. Mas, em nossa sociedade atual, cada vez mais as famílias se vêem obrigadas a colocar as crianças em creches e jardins desde muito cedo, a fim de poderem desenvolver suas atividades profissionais.
Diante deste quatro, talvez difícil de mudar, resta a possibilidade de, ao se buscar uma escola, primar por um local que procure conservar o ambiente caloroso do lar. Onde haja adultos conscientes das reais necessidades da criança, do papel que desempenham na educação infantil e, principalmente, dignos de serem por ela imitados. Um local onde a criança possa brincar saudavelmente, ao ar livre, com brinquedos que possibilitem a ela o desenvolvimento pleno de seus sentidos, de suas emoções e de seu organismo.
Além do mais, um ambiente acolhedor na infância traz lembranças que ficam para toda a vida. Quem é cuidado aprende a cuidar! Quem não sorri ao lembrar-se de momentos onde podíamos nos sentar no colo da avó e ouvir histórias, ou raspar com o dedo a tigela de um bolo recém-preparado pela mãe? Talvez muitos pais, hoje em dia, não possam ter tido o
prazer, quando crianças, de entrar em uma cozinha constantemente perfumada pelo cheiro do pão que acabou de ser assado. É esse tipo de vivências simples e calorosas, nos primeiros anos de vida, que educa adequadamente a vontade (força interior que nos move para a ação no mundo) e a índole da criança. Se apoiarmos essa força de vontade, dando espaço para a criança brincar sadiamente, quando ela se tornar adulta também terá vontade de agir, de transformar o mundo. E é principalmente antes dos sete anos de idade que podemos fortalecer a vontade de agir.
Na educação infantil (maternal e jardim), a pedagogia Waldorf procura recriar este ambiente caloroso do lar. Todo o período em que a criança está na escola é cuidadosamente preparado. Todas as vivências são feitas dentro de um ritmo orgânico (contração e expansão, inspiração e expiração). Expansão, por exemplo, no momento em que as crianças brincam livremente dentro das salas, depois a contração, quanto todos se unem para participar da roda rítmica e do lanche (alimento do corpo). Novamente a expansão, com o brincar na área externa da escola e a contração, quando todos são reunidos para ouvir uma história (alimento da alma). O ritmo que se repete diariamente é essencial para trazer segurança à criança e desenvolver nela hábitos saudáveis. É claro que este ritmo também se transforma como na natureza, a cada mudança de estação, e como no íntimo da alma humana, na vivência das diferentes celebrações (Páscoa, São João, Micael e Natal).
Para seu desenvolvimento motor e de equilíbrio, as crianças são incentivadas a pular corda, andar de perna-de-pau, pular amarelinha, pular elástico, brincar na caixa de areia. Estas brincadeiras promovem, anos mais tarde, o fortalecimento cognitivo no jovem e no adulto. Isto porque o desenvolvimento motor está diretamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo. Os brinquedos utilizados nas escolas Waldorf são, geralmente, produtos da natureza, que cresceram e se transformaram naturalmente: um galho de árvore, uma conchinha, etc. A criança que brinca com esses elementos sente-se fortalecida interiormente, pois os processos de desenvolvimento e crescimento intrínsecos a eles correspondem também ao que está ocorrendo no interior da própria criança. Além disso, sua fantasia e criatividade são ativadas por essas formas. No mais, os brinquedos simples e naturais (feitos com madeira, lã pura, algodão, seda, pedras, etc.) estimulam o tato e são muito mais agradáveis ao toque. Faça esta experiência: coloque em um saco fechado e opaco brinquedos de plástico e eletrônicos e, em outro saco, brinquedos de madeira, bonecas de pano, lã. Peça, depois, para que uma pessoa que não conhece o conteúdo dos mesmos coloque sua mão no interior de cada um e relate suas sensações ao tocar os objetos dos diferentes sacos. Experimente você também! E então... Que tipo de estímulo parece mais adequado para a criança?
A escola Waldorf não alfabetiza as crianças no jardim da infância, pois exigir da criança um aprendizado intelectual nesta etapa de crescimento retira suas forças vitais, enfraquecendo, inclusive, seu desenvolvimento físico e a formação de seus órgãos. Já o desenho, a pintura e a música estão presentes diariamente nas atividades desenvolvidas com as crianças, assim como ajudar a professora a preparar a massa do pão (que será compartilhado por todos na hora do lanche) e a organizar a sala depois das brincadeiras - é importante que as crianças guardem os elementos separados em cestinhas ou caixinhas, isto cria nelas um sentido de ordem e forma, preparando para o pensar lógico. Elas não sabem
fazê-lo sozinhas e precisam do exemplo adulto de que a arrumação é feita com gosto. Se fizermos com vontade e alegria, as crianças também irão fazê-lo.
Este tempo em que a criança cresceu fortalecida pela possibilidade de brincar e imitar dá a ela uma prontidão para a educação formal. Agora sim, gradativamente ela adquire condições de permanecer mais tempo concentrada, pois suas forças vitais tornam-se disponíveis para atuar na memória, sem ônus para seu desenvolvimento físico. Distingue-se nas crianças que saem dos jardins da infância Waldorf para iniciar a vida escolar (1o ano), muito entusiasmo e vontade de aprender, além das bochechas sempre rosadas.
Para saber mais:
www.escolaturmalina.com.brwww.federacaoescolaswaldorf.org.brwww.antroposofica.com.br
Leitura recomendada:
Mônika Lustosa Polati Bióloga e Pedagoga, com especialização em Pedagogia Waldorf e Curativa
“A Pedagogia Waldorf” – Rudolf Lanz – Editora

http://www.itawegman.org.br/file/artigo2.pdf

Shila - "Sempre foi assim" do disco "Lenga-Lengas e Segredos" (LP 1979)

Sérgio Godinho - Amigos do Gaspar - Canção dos Abraços

Panda vai à Escola - O Jogo das Cores

Panda vai à Escola - Os Dias Da Semana

Panda vai à Escola - A Família das Vogais

Do JI para o 1.º Ciclo. Transição ou continuidade?

Do JI para o 1.º Ciclo. Transição ou continuidade?

Sofia Jorge Ferreira
Sofia Jorge Ferreira
Mestre em Psicologia Educacional pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), estando atualmente a frequentar o doutoramento nesta área. Assume, desde 2008, as funções de Técnica Superior de Educação no Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano – K’CIDADE, uma iniciativa da Fundação Aga Khan Portugal e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. No âmbito das suas funções, tem coordenado projetos de investigação-ação nas áreas da literacia e numeracia e orientado estágios académicos e profissionais.
Pascal Paulus
Pascal Paulus
Professor do ensino primário belga e doutorado em Sociologia de Educação. Foi durante 20 anos professor no ensino público e particular e cooperativo, na Bélgica e em Portugal. Atualmente membro da equipa de educação do programa K’CIDADE da Fundação Aga Khan e consultor de agrupamentos de escolas em território de intervenção prioritária.

A Menina e o Tambor from Thiago Sacramento on Vimeo.

Educação é promover o crescimento humano’


Para David Baker, as escolas tem que preparar o aluno para o mundo e não para terem bons resultados em avaliações

O professor em um papel que extrapola o de transmissor de informações, como aquele que molda o caráter, que estimula valores e prepara os estudantes para a vida depois da escola. É assim que o escritor britânico David Baker enxerga a função dos educadores. “Eles precisam fazer os alunos se sentirem pessoas completas, prontas e confiantes para encarar o mundo”. Defende que a escola tem que preparar os alunos para a vida e não para exames, que conteúdos pedagógicos são apenas uma parte da educação e que a tecnologia não deve ter grande espaço na formação dos jovens.
Baker é um dos membros da School of Life, ou Escola da Vida, instituição que dá aulas, oficinas e cria materiais sobre temas relacionados a trabalho, amor, família, política e diversão (já falamos sobre a escola aqui). Baker acredita que educação não deve se preocupar em melhorar habilidades, que o mais importante é instigar o desenvolvimento dos alunos enquanto indivíduos. “O que deve ser estimulado é o crescimento dos alunos enquanto ser humano, como se desenvolvem em termos de resiliência, confiança, como lidam com ansiedade e pressão, por exemplo”. Para o escritor, quando os jovens aprendem a lidar com suas emoções, eles também aprendem a lidar melhor com o outro, o que melhora as relações interpessoais.
Claudia Paulussen / Fotolia.com‘Educação é promover o crescimento humano’

Ele usa esse mesmo argumento para criticar o uso de tecnologias na educação. Segundo Baker, os recursos tecnológicos estão criando barreiras entre as pessoas. “O que está acontecendo agora com a disseminação dos Moocs Glossário compartilhado de termos de inovação em educação sugere que a melhor educação pode chegar a qualquer pessoa. Eu tenho problemas com isso. Não quero negar o acesso de qualquer interessado em assistir a aulas de Stanford, mas a educação é uma via de mão dupla, é algo que deve ser feito com  comunicação humana, física e real, deve desenvolver uma relação entre professores e alunos e não apenas fomentar a troca de informações”, argumenta Baker, que esteve esta semana no Brasil para participar doRia Festival, evento de cultura digital promovido pelaFundação Telefônica.
O escritor faz uma comparação entre os cursos on-line com livros, dizendo que ambos são excelentes fontes de conteúdo, mas que não substituem a interação humana. “Esses grandes programas on-line estão entregando informações  interessantes, mas não tenho certeza se eles estão entregando educação. Porque educação é sobre a capacidade de aprender e descobrir, nesse sentido os cursos on-line são mais como os livros”.
“Não basta professores e alunos estarem no mesmo espaço físico se o foco do aprendizado não for a educação para a vida”
Educação para a vida
Baker também critica o que, segundo ele, está acontecendo tanto na Inglaterra, quanto em outros países como o Brasil, por exemplo, que é a escola priorizar o bom desempenho dos alunos em exames de avaliação e não na metodologia de ensino.
“Essa postura está determinando como os professores são julgados. Muitos estão, com razão, reclamando por serem analisados pelos resultados dos alunos em testes, pois assim, eles acabam direcionando toda sua prática pedagógica para os alunos terem boas notas”, conta.
Para o britânico, quando isso acontece o professor deixa de cumprir sua principal função, que é a de estimular o aluno a cultivar valores e habilidades para se formar por completo e encarar o mundo pós escola. “Não basta professores e alunos estarem no mesmo espaço físico se o foco do aprendizado não for a educação para a vida”.

Brecht para crianças e os temas difíceis na literatura infantil

Brecht para crianças e os temas difíceis na literatura infantil

MARIA FERNANDA RODRIGUES
26 Setembro 2014 | 20:38

Editora Pulo do Gato promove encontro para debater os temas difíceis na literatura infantil e lança A Cruzada das Crianças, de Bertolt Brecht. E mais na Babel: holocausto, Booker Prize, David Harvey de novo no Brasil, Ademir Assunção, Jorge de Lima, etc.

INFANTIL
Brecht (também para crianças) e a literatura que incomoda
A Importância de livros com temas difíceis na literatura infantil: Porque a vida também pode ser difícil e desconfortável para as crianças é o tema do debate que reunirá pesquisadores na livraria NoveSete, em 2/10. Ele marca o terceiro aniversário da editora Pulo do Gato, de livros infantis, juvenis e sobre formação de leitores. Seu próximo lançamentos, para leitores a partir dos 11 anos, por exemplo, éA Cruzada das Crianças, que traz o poema de Bertolt Brecht sobre um grupo de crianças que vagueia pela Europa depois da 2.ª Guerra ilustrado por Carme Solé Vendrell. Já a Escrita Fina prepara, para o fim de outubro, Com Vagareza e Com Espanto, de Edna Bueno e ilustrações de Luciana Grether Carvalho – história sobre amizade, diferenças sociais e maus-tratos.
HISTÓRIA
Estudo fundamental
O americano de origem austríaca Raul Hilberg (1926- 2007) foi um dos primeiros e mais respeitados pesquisadores do holocausto. Considerado por muitos estudiosos como obra-prima sobre o genocídio, A Destruição dos Judeus Europeus, de 1961, no entanto, estava inédito no País. Sairá em 2015, em volume único, pela Amarilys.
SOCIOLOGIA – 1
Análise da vida moral
Sinceridade e Autenticidade – Vida em Sociedade e a Afirmação do Eu, de Lionel Trilling (1905- 1975), com exemplos retirados da literatura e do pensamento ocidental, será lançado nos próximos dias pela É Realizações.
SOCIOLOGIA – 2
A volta de Harvey
O geógrafo marxista David Harvey, que veio ao País em 2013 e atraiu mais de cinco mil pessoas, volta em novembro para debates e palestras em São Paulo, Brasília, Recife, Fortaleza e Curitiba. E para o lançamento de Para Entender o Capital – Livros II e III, pela Boitempo.
ROMANCE
Rose e o chimpanzé
Finalista do Booker, We Are All Completely Beside Ourselves, de Karen Joy Fowler sai pela Rocco em 2015. Ele é narrado por Rose, filha de um cientista fracassado que fazia experimentos com chimpanzés em casa e comparava os resultados com o desenvolvimento cognitivo dela.
REEDIÇÃO
Resgatado do sebo
A Concha das Mil Coisas Maravilhosas do Velho Caramujo, infantil da tradutora Josely Vianna Baptista com ilustrações de Guilherme Zamoner, teve pequena tiragem em 2001 e logo se esgotou. Até dezembro a Quatro Cantos lança nova edição.
POESIA – 1
Duas décadas
Vencedor do Jabuti em 2013, Ademir Assunção celebra 20 anos de LSD Nô, sua estreia, com uma edição especial da obra que terá capa dura, 11 poemas inéditos e tiragem de 120 exemplares. Ela sai em outubro pelo selo Demônio Negro e Patuá, que lançam, ainda, o novo mínima mímica, com poemas curtos escritos em viagens.
POESIA – 2
Com o traço de Segall
Previsto para novembro pela Cosac Naify e Jatobá, Poemas Negros, de Jorge de Lima, traz as ilustrações (acima) que Lasar Segall fez para a edição original, de 1947, e também o prefácio de Gilberto Freyre para aquela edição. Haverá ainda posfácios de Vera D’horta, sobre as ilustrações, e de Vagner Camilo, sobre o contexto histórico

50 factos curiosos para um dia cheio de curiosidades





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Conheça em família alguns factos curiosos sobre o mundo em que vivemos.

Sabia que?
1. A Mona Lisa não tem sobrancelhas.
2. Os bebés bocejam antes de nascerem.
3. Mais de 480 milhões de pessoas já jogaram Monopólio.
4. O coração tem o tamanho aproximado da mão fechada.
5. A poeira pode viajar desde África até ao Estados Unidos da América.
6. O mais longo vôo registado de uma galinha durou 13 segundos.
7. Se uma pessoa caísse num buraco negro, ficaria esticada como um esparguete.
8. Há um milhão de biliões de formigas na Terra.
9. Uma cobra pitão adulta consegue engolir uma cabra inteira.
10. Os crocodilos engolem pedras regularmente.
11. Os porcos podem apanhar queimaduras solares.
12. O mamífero mais leve do mundo – o morcego-abelha – pesa tanto como uma moeda de 1 cêntimo.
13. A pele de um tigre tem riscas, tal como os pelos.
14. As tartarugas gigantes crescem durante toda a vida.
15. As rãs bebem através da pele.
16. Os hamsters podem correr, na roda da gaiola, até 12 quilómetros durante a noite.
17. Um gato tem cerca de 20 músculos em cada orelha.
18. Um relâmpago viaja à velocidade de 365 km/h.
19. Os caranguejos-ferradura apareceram primeiro que os dinossáurios.
20. Cerca de 2,7 milhões de quilos de poeira espacial assentam na Terra todos os anos.
21. Os macacos, tal como os humanos, podem ficar carecas na velhice.
22. As libelinhas conseguem ver em todas as direções, ao mesmo tempo.
23. A maior cebola do mundo pesava tanto quanto uma cabeça humana.
24. Apenas os sapos macho coaxam.
25. Os leões podem ser diferenciados uns dos outros pelas manchas presentes na base dos bigodes.
26. Os lados opostos dos dados dão sempre a soma de 7.
27. Um bocejo dura em media 6 segundos.
28. O Empire State Building, que durante 40anos foi o edifício mais alto do mundo, foi construído com 10 milhões de tijolos.
29. Comer camarões pode tornar cor-de-rosa um flamingo branco.
30. Os tubarões têm oito sentidos, enquanto os humanos têm cinco.
31. O cérebro humano é constituído por 75% de água.
32. As Baamas são o único país do mundo com uma estação de correios subaquática.
33. Há mais estrelas no universo do que grãos de areia na Terra.
34. Uma vaca leiteira produz perto de 200 mil copos de leite durante a sua vida.
35. Em duas idas ao espaço, os iô-iôs foram companhia de astronautas.
36. A pegada humana mais antiga encontrada tem 350 mil anos.
37. As pessoas louras têm mais fios de cabelo do que as pessoas de cabelo escuro.
38. Uma ostra pode demorar cinco anos a produzir uma única pérola.
39. Uma baleia-azul recém-nascida pode ser mais comprida do que um elefante adulto.
40. É ilegal vender uma casa assombrada em Nova Iorque (EUA) sem informar o comprador.
41. As corujas não conseguem mexer os globos oculares.
42. O esqueleto humano tem 300 ossos à nascença, mas apenas 206 na idade adulta.
43. Hipopotomonstrosesquipedaliofobia é o medo de palavras longas.
44. Um caracol pode dormir durante 3 anos.
45. Os ursos polares são canhotos.
46. Um leão só consegue rugir a partir dos 2 anos de idade.
47. A língua de um camaleão tem o dobro do seu tamanho.
48. Foi Leonardo da Vinci que inventou a tesoura.
49. A pedra-pomes, de origem vulcânica, é a única rocha que flutua.
50. O bambú pode crescer até um metro por dia.


Maria João Pratt

domingo, 28 de setembro de 2014

O meu filho é hiperativo?

O meu filho é hiperativo?


Ter uma energia inesgotável, ser irrequieto e desatento não é sinónimo de hiperatividade. Há que evitar rótulos supérfluos e apostar no diagnóstico criterioso. Uma criança hiperativa é muito mais do que um pequeno ser ligado à corrente: é como um carro sem travões.

Sempre que a professora do João precisava de identificá-lo no recreio, no meio dos outros meninos, já sabia que bastava procurar pela criança que, sem motivo aparente, passava o tempo a fazer rodas e pinos. Era uma criança “muito ativa e elétrica”, mas a agitação motora em si “não nos preocupou”, conta o pai. Aos 10 anos, por vias das dúvidas, decidiram fazer um primeiro despiste, consultando “um médico recomendado”, que lhes aliviou as dúvidas e o peso nos ombros: não havia motivos para preocupação, o João era “apenas uma criança feliz”. Mas no final do 5.º ano, após queixas da escola relacionadas com “falta de concentração, resultados escolares baixos devido à distração e impulsividade”, João voltou ao médico. Especialista diferente, diagnóstico contrário. “Ao fim de três perguntas”, receitou-lhe medicação. Só quase “um ano depois”, já com 12 anos, é que João foi “submetido a vários testes” que indicavam “distúrbio de défice de atenção com hiperatividade moderada”. A partir daí e durante um ano, além da medicação, João passou a contar com o apoio de um psicólogo, que acompanhava também os pais. Foi uma “experiência interessante”, mas na realidade os problemas do João “não foram resolvidos”.
O caso do João é apenas um entre muitos, com diagnósticos confusos, contraditórios e, por vezes, até errados. Começam com as suspeitas dos pais e dos professores, a procura de uma explicação para a agitação excessiva e as dificuldades na aprendizagem e a justificação para o rótulo de “miúdos problemáticos”.
Perceber se existe apenas uma energia fora do comum ou se a criança tem, de facto, Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) é essencial, mas nem sempre é simples. A dificuldade começa na procura de ajuda. “Os pais continuam a sentir o desespero sobre a quem devem recorrer”, afirma Linda Serrão, presidente da Associação Portuguesa da Criança Hiperativa (APDCH), que considera que a “escola tem que estar mais bem preparada para apoiar estas crianças com uma equipa multidisciplinar, em que há um psicólogo clínico, mas também um psicólogo educacional e um técnico de psicomotricidade.” No entanto, lamenta, “o Ministério da Educação ainda não acordou no sentido de ver a importância do psicólogo educacional, que é fundamental, já que trabalha não só a parte de casa e da família, como também a escola”.
Na opinião de Linda Serrão, que é hiperativa e mãe de três rapazes também eles hiperativos, “a falta deste apoio leva a que haja crianças mal avaliadas, mal medicadas, por vezes nem precisam de medicação e estão a fazê-la e vice-versa”. Nestes casos, explica, o que por vezes acontece é que “há um acontecimento no seio familiar, como um divórcio ou uma morte, que perturba a criança, mexe com o seu temperamento, mas isso não é hiperatividade”. No entanto, “são rotuladas como tal”. Erradamente.

A importância do diagnóstico correto

Como em qualquer doença, física ou psicológica, o diagnóstico “deve ser feito por um profissional de saúde específico e capacitado”, sublinha Mafalda Navarro, psicóloga clínica, na Clinica da Criança e do Adolescente. Neste caso, a criança “deverá ser avaliada por um neurologista ou psiquiatra, que irá exaustivamente reunir toda a informação necessária para chegar a um correto diagnóstico, sendo indispensável ao longo do processo falar com os pais e educadores, ou outras pessoas que se considere relevantes na vida da criança, assim como utilizar uma bateria completa de testes psicológicos ou neuropsicológicos que complementem a informação recolhida”.

Tal como a presidente da APDCH, também Mafalda Navarro sublinha que para que seja atribuído um diagnóstico correto de PHDA não “é suficiente que os pais da criança ou a própria escola denotem uma agitação excessiva”. Esse comportamento “pode ser apresentado de uma forma circunstancial e dever-se, por exemplo, a uma crise familiar momentânea ou a alguma alteração na rotina da criança”.

A rotulagem que é feita por professores, pais ou amigos “tem um peso negativo, uma conotação muito negativa”, lembra Carlos Filipe, psiquiatra e diretor científico do Cadin (Centro de Apoio ao desenvolvimento infantil). Por isso, são de evitar as rotulagens supérfluas e superficiais. O diagnóstico da PHDA é um “diagnóstico médico, segundo critérios rigorosos”, sublinha o especialista, ressalvando, contudo, que “não há nenhuma análise, nem nenhum exame para diagnosticar PHDA”. O diagnóstico é clínico, “com base na história da pessoa, que é fundamental, e pelo comportamento atual”. A PHDA é uma perturbação do desenvolvimento, portanto, “não pode ser uma coisa que apareceu no mês passado, quando o menino mudou de escola”. Uma PHDA mal diagnosticada “trata-se de um rótulo muito perigoso que irá acompanhar a criança durante todo o seu desenvolvimento, podendo condicioná-lo”, assegura Mafalda Navarro.
Prevalência não está a aumentar

Atualmente, nada aponta para que exista um maior número de crianças com hiperatividade. Duas coisas, porém, são hoje “completamente diferentes em relação ao passado”: por um lado, a “capacidade de diagnóstico” e, por outro, “as exigências que são feitas a essas crianças e adolescentes”, refere Carlos Filipe, lembrando, por exemplo, que os 12 anos de escolaridade obrigatória são “um acréscimo de dificuldade brutal para quem tenha uma PHDA”. Os sinais e sintomas, que noutras circunstâncias passariam desapercebidos, começam assim a ser sinalizados.

Os números conhecidos referem que a prevalência da PHDA “ronda os cinco por cento. Em cerca de metade dessas crianças, persistem “sinais e sintomas incapacitantes para o resto da vida”. Ou seja, a prevalência nos adultos rondará os 2,5 por cento, mas “aqui o subdiagnóstico é muito maior”.

O Ministério da Educação “obriga a que os nossos filhos façam 12 anos de escolaridade obrigatória, mas não há um curso profissional para eles”, lamenta Linda Serrão. O que acontece, adianta, é que “estas crianças ditas problemáticas são vistas aos olhos dos outros pais como os ‘burrinhos’”. Na opinião desta mãe, “o que nós precisamos é de uma coisa simples para eles, como um curso profissional e isso não existe”. Ou seja, “temos aqui um problema grave”, porque eles ficam a repetir ano após ano”. Linda Serrão dá o exemplo do seu filho mais novo, Rodrigo, 12 anos, que “ia à escola, mas escondia-se lá dentro e faltava às aulas”. A nível escolar, Rodrigo “não tem qualquer interesse”, mas vai ser obrigado a cumprir os 12 anos de escolaridade. “Como?”, pergunta a mãe. “Ele gosta do lado prático da vida e é isso que temos de estimular, mas o Ministério da Educação não dá alternativas”, lamenta.

Os filhos de Linda Serrão, Rodrigo, 12, Bernardo, 16, e Ricardo, 20 anos, são hiperativos, mas são “todos diferentes, cada um tem as suas características”. O mais velho é “a pessoa mais desatenta que eu conheço”, mas conseguiu aprender a lidar com a situação, “tem uma parte visual, de memorização, muito trabalhada”. Neste momento, está a fazer o 11º e 12º anos à noite “não leva um livro, um caderno ou uma caneta para a escola”. Bernardo tem “a parte auditiva mais trabalhada” e faz coisas como “aprender a tocar guitarra pela internet”. Todos tomaram ou tomam medicação para a PHDA e foram ou são acompanhados por um psicólogo, além do trabalho desenvolvido com a mãe que, por ser também hiperativa, conseguiu transmitir-lhes algumas estratégias para lidar com a situação.


Expulso da escola

Além de não existirem alternativas viáveis a nível escolar para as crianças e adolescentes com PHDA que enfrentam dificuldades de aprendizagem acentuadas, há ainda outro problema grave que os pais têm de enfrentar: “as escolas fecham as portas aos meninos diferentes”, alerta Linda Serrão. Por isso, enquanto presidente da APDCH, aconselha os pais a “mentir temporariamente à escola e só dizerem que o filho tem PHDA depois de a matrícula se confirmar”.

Os pais de João não mentiram quando matricularam o filho num conhecido colégio particular em Lisboa, que lhes assegurou terem uma equipa de psicólogos para lidar com estes problemas, mas, terminado o ano, foram “convidados” a não renovar a matrícula.

“É claro que o João deve ter feito das suas para chegar esta situação”, admite o pai, mas “a atitude do diretor não foi correta, porque primeiro nos disse que ele devia mudar de turma para não se distrair tanto e depois já não tinham vaga”. Além disso, conta, “só no último trimestre é que o João teve apoio da psicóloga e só no fim do ano nos sugeriram pedopsiquitras que tinham colaborado com o colégio com outros alunos com bons resultados”. Para este pai, ficou a questão: “porque é que isto não foi sugerido antes?” O problema, refere, é que “estas crianças não podem ser julgadas pela mesma bitola que se usa para as outras e, nesse sentido, continuo a pensar que a maior parte dos colégios não está preparada nem interessada em crianças problemáticas”. No entanto, elas “também têm direito a uma educação”.

João nem sequer é dos miúdos mais difíceis. Relaciona-se muito bem com os colegas, “é muito sociável e, de um modo geral, faz amigos rapidamente e com à vontade”. Esta é, aliás, uma área “que não nos preocupa nada”. “É amigo dos seus amigos e vê-se que eles também gostam dele”. Os seus maiores desafios são “conseguir lidar com as principais características de um adolescente com PHDA, que são agitação motora, desatenção e impulsividade, ou seja, capacidade para controlar essa agressividade”. Como geralmente acontece com estas crianças e adolescentes, João não é “fã do estudo” e, como tal, é sempre “com muita resistência que cumpre os seus deveres”. Há temas que o interessam e para os quais tem facilidade, “como o Inglês, as Ciências e a Educação Física”, enquanto outros são um quebra-cabeças, “como a História”. Apesar das dificuldades, da falta de apoio e de não ser “um aluno brilhante”, João tem passado todos os anos e, agora numa escola pública, encara mais ano de aprendizagem.


Informação é essencial

“Verifica-se realmente uma tendência para marginalizar crianças com este tipo de distúrbio, pois apresentam comportamentos bastante desafiantes e cansativos para os seus cuidadores”, confirma Mafalda Navarro, salientando, contudo, que se trata de uma “perturbação neurológica, que necessita de um enorme apoio da sociedade”. Neste sentido, aconselha a psicóloga, deverá ser feito um “trabalho exaustivo junto dos familiares mais próximos, no sentido de fornecer informação adequada”. Os pais são figuras “fundamentais” na medida em que podem “auxiliar os filhos a concentrarem-se e a aprender a adotar comportamentos mais tranquilos e estáveis”. Para isso, devem “ser dadas sugestões que sejam úteis no dia-a-dia, como regras de educação, estabelecer horários com tarefas e ainda acompanhar diariamente a criança nas suas obrigações de modo a minimizar as dificuldades de concentração”.

No mesmo sentido, deve ser fornecido à escola informação “para trabalhar com estas crianças, na medida em que representa também um eixo fundamental na sua adaptação”. São crianças que precisam efetivamente de uma “atenção especial, como por exemplo, estarem sentadas próximo do professor ou mesmo ter um tipo de trabalho diferente dos outros alunos, adaptado às suas dificuldades”.

Ser pai de uma criança com PHDA não é fácil, mas também “não é um drama”, afirma o pai de João. “Eu costumo dizer que ser pai implica adquirir automaticamente uma grande dose de paciência e com uma criança hiperativa essa dose tem de ser reforçada no dia-a-dia”. Além disso, “o João também tem um mundo de coisas boas, um grande coração e uma capacidade infinita para não deixar que nada o deite abaixo”. Para ele, “a vida é mesmo muito boa e acredito, como nos disse o primeiro médico, que ele seja mesmo muito feliz”.

Não há “ varinhas mágicas” para lidar com crianças com PHDA, mas “não dar importância excessiva a situações que, no fundo, não a exigem e não abdicando de lhes passar os valores fundamentais, é importante perceber que o cérebro deles funciona a outra velocidade e com outras prioridades e complicações”. Como pais, “não podemos nunca desistir desta viagem e temos de continuar a amá-los e ajudá-los, já que se nós não o fizermos então é que a integração social deles e respetiva vida adulta pode ficar mesmo comprometida”.

Além disso, a definição de um tratamento adequado é “indispensável” para que a criança não cresça “estigmatizada, como alguém com um comportamento disruptivo e desafiante”, para que não prejudique o “seu desempenho escolar e social” e ainda para “minimizar as possíveis consequências futuras na sua vida, como comportamentos agressivos, perturbação da personalidade anti-social, perturbação da conduta, abandono escolar precoce, abuso de álcool e drogas, depressão, divórcio, entre outros”, refere Mafalda Navarro.




MEDICAÇÃO AINDA ASSUSTA

É fundamental que a PHDA seja entendida como um “problema de saúde e não como falta de disciplina”. O seu tratamento inclui o “uso de medicação específica, assim como acompanhamento psicoterapêutico, tanto para a criança como para os familiares e professores que a acompanham”, sublinha Mafalda Navarro. Esta psicoterapia torna-se “fundamental para a criança, na medida em que a vai ajudar a lidar com os diversos sintomas”. A PHDA é tratável, lembra Carlos Filipe, salientando que “80 a 90 por cento dos casos são resolúveis, o que é uma coisa extraordinária”. No entanto, admite, existe ainda um “grande estigma em relação ao tratamento farmacológico, provavelmente por saberem que é um psicostimulante”. Carlos Filipe assegura que o metilfenidato (princípio ativo da medicação usada na PHDA) “não causa qualquer dependência”. É dos fármacos “mais antigos no mercado e, em termos de utilização, é daqueles em que temos mais experiência”. Para que a adesão ao tratamento seja boa, é essencial “explicar aos pais os efeitos secundários (porque os há), como a perda de apetite ou a insónia”, refere o psiquiatra. Além disso, acrescenta Linda Serrão, “tirar a medicação ao fim de semana ou nas férias é um erro”. Porque a hiperatividade “não vai de férias nem de fim de semana e os pais também precisam de descansar para estarem bem psicologicamente”.





SINAIS E SINTOMAS DA PHDA

Existem três grupos onde os sinais e sintomas da PHDA podem ser incluídos: a hiperatividade, isto é, o excesso de atividade motora (claramente exagerada quando comparada com a generalidade das crianças da mesma idade); a impulsividade, isto é, agir sem pensar, de forma precipitada e imprudente ou ser mais impaciente do que seria de esperar para uma criança da mesma idade; o défice de atenção, isto é, a grande dificuldade em fixar e manter a tenção e a concentração, sobretudo quando se trata de assuntos que a criança considera menos interessantes ou mais monótonos.

O diagnóstico da PHDA é clínico e deve ser feito por “médicos experientes”, aconselha Carlos Filipe, acrescentando que “há muitos bons médicos a trabalhar nesta área, sobretudo ligados à neuropediatria, e temos bons serviços em hospitais públicos como o S. Francisco xavier, o Garcia de Orta, o hospital da Estefânia ou o de Loures”. O principal, garante, é “consultarem alguém que possa orientar e diagnosticar bem”. Na grande Lisboa existe ainda o Cadin (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil) e o Diferenças (Centro de Desenvolvimento Infantil), especializados no apoio às perturbações do desenvolvimento, e a Clínica da Criança e do Adolescente.

A Associação Portuguesa da Criança Hiperativa (www.apdch.net/) nasceu para dar resposta às inquietações dos pais, aconselhá-los e ajudá-los a lidar com a situação. Presta apoio a nível psicológico, psicopedagógico e de reeducação e terapia psicomotora. “Qualquer solicitação que nos seja feita, por telefone ou por e-mail, nós ajudamos, ninguém fica sem resposta”, garante a presidente da APDCH.