O TEMPO QUE NÃO TEMOS… E O TEMPO QUE TEMOS...
Quantas vezes pensamos que não somos os
pais ideais, que se tivéssemos mais tempo, se não tivéssemos que trabalhar
tanto, tudo seria mais simples?
Teríamos mais tempo para estar com os
nossos filhos, para lhes dar mais atenção, para simplesmente brincar com
eles.
E quantas vezes pensamos que já não
aguentamos os miúdos, estão sempre a portar-se mal, a desobedecer, a
testar os limites, a recusar fazer os trabalhos, a amuar, a fazer birras,
a ter más notas, etc, etc, etc?
E quantas vezes já parámos para pensar
que os nossos filhos seguem o nosso exemplo, aprendem por modelagem e
imitação?
Se pensarmos nisto, chegamos a uma
conclusão: os nossos filhos transformam-se no espelho de nós próprios…
São desatentos ou desconcentrados, pois
são. E nós, damo-lhes a atenção devida?
São muito agitados, não param quietos.
Pois não. E nós, paramos para estar com eles tempo de valor?
São malcriados, respondem mal, não
obedecem às nossas ordens. Pois… E nós, respondemos sempre num tom de voz
calmo, cumprimos as promessas que lhes fazemos, ou simplesmente cedemos a
um pedido simples, como contar uma história antes de dormir?
Às vezes até o fazemos, mas é sempre
tudo tão rápido, que mal damos pelo tempo em que estamos com eles,
provavelmente nem nos damos conta, mas foram cinco minutos de uma história
corrida, lida num livro que já tem as folhas rasgadas, às vezes não lhes
mostramos sequer as imagens (para não perder tempo!!) e não damos aso a
que imaginem, que puxem pela criatividade, que sonhem, e que sobretudo
interajam em amor connosco.
Estes factores interferem em diversos
campos da vida, não só na vida das nossas crianças, como nas nossas
próprias vidas.
E é esta a nossa vida. Será que é assim
que a queremos viver? Será que nós podemos fazer alguma coisa para
modificar este ciclo vicioso?
E a resposta é: Sim, podemos.
Se pararmos para pensar nestas
situações, durante cinco minutos, tudo nos faz sentido. Se estamos todos
interligados, mas estivermos todos em sintonia, então, sim, é possível
mudar tudo.
Esta semana proponho uma actividade
muito simples: fazer uma lista (por escrito) de todas as coisas boas pelas
quais estamos agradecidos na nossa vida. Podemos agradecer pela família,
por termos saúde, emprego, ou pelo carro, pela casa, pela comida. O que
quisermos, somos livres de estarmos felizes pelo que quisermos.
Vamos sugerir aos nossos filhos que o
façam também, ou que o digam. Que pensem em coisas que os fazem sentir-se
bem no dia-a-dia.
Podemos depois pendurar, por exemplo no
frigorífico, as nossas listas, e vamos seleccionando, um dia de cada vez,
uma coisa que queremos fazer e que nos faz sentir bem. Cada um escolhe a sua
(dentro dos padrões possíveis, obviamente).
Façamos isto todos os dias, e quando não
é possível, prometemos uns aos outros que vamos fazer no fim de semana.
O objectivo é celebrarmos diariamente as
coisas boas da nossa vida. Podemos ir comer um gelado, ou ver um filme há
muito prometido, ou dançar um pouco, ou brincar àquela brincadeira
especial, ou encher a casa de flores, ou estar com um amigo que não vemos
há muito tempo… Proponho isto, e posso com alegria dizer
que já o fiz. Agradeci por 50 coisas na minha vida, e muito mais conseguiria
fazer. Durante 50 dias senti-me no auge da felicidade. O amor retorna
sempre, quando estamos de coração aberto.
Uma boa semana!
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