Do JI para o 1.º Ciclo. Transição ou continuidade?
Sofia Jorge Ferreira | Pascal Paulus | 2014.06.5 |
A educação escolar ocupa cada vez mais cedo um lugar importante na vida das crianças. Contudo, com a introdução artificial de etapas normalizadas num processo que é contínuo, a instituição escolar cria demasiadas vezes obstáculos a quem a frequenta. Desses obstáculos resultam frequentemente dificuldades cognitivas e emocionais sentidas pelas crianças. Como primeira reação, e para as minimizar, criam-se exercícios de transição. Da nossa prática com educadores profissionais, no jardim-de-infância e na primeira escola, reconhecemos-lhes alguma utilidade, mas entendemos que as crianças e os seus educadores não precisam deste tipo de artefactos, desde que os últimos encarem a aprendizagem como um ato contínuo. Trazemos exemplos da comunicação entre todos os envolvidos, da qual resulta que as crianças se sintam bem acompanhadas no seu trabalho de aprendizagem: quanto melhor são os canais de comunicação, menos necessários são os artefactos de transição. O diálogo evita as barreiras artificiais que emergem quando a organização da escola é confundida com o ato pedagógico.
Sofia Jorge Ferreira
Mestre em Psicologia Educacional pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), estando atualmente a frequentar o doutoramento nesta área. Assume, desde 2008, as funções de Técnica Superior de Educação no Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano – K’CIDADE, uma iniciativa da Fundação Aga Khan Portugal e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. No âmbito das suas funções, tem coordenado projetos de investigação-ação nas áreas da literacia e numeracia e orientado estágios académicos e profissionais.
Pascal Paulus
Professor do ensino primário belga e doutorado em Sociologia de Educação. Foi durante 20 anos professor no ensino público e particular e cooperativo, na Bélgica e em Portugal. Atualmente membro da equipa de educação do programa K’CIDADE da Fundação Aga Khan e consultor de agrupamentos de escolas em território de intervenção prioritária.
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